Simone e Simaria no programa De Cara, da FM O Dia - Foto: Reprodução O sorriso fácil das irmãs cantoras Simone e Simaria deu espaço para a emoção nesta quarta
Redação Publicado em 03/11/2016, às 12h43
O sorriso fácil das irmãs cantoras Simone e Simaria deu espaço para a emoção nesta quarta-feira (02/11), durante a participação das duas no programa De Cara, transmitido pela rádio FM O Dia.
Na entrevista, a dupla relembrou a infância difícil ao lado dos pais, e revelaram que estão buscando pelo corpo do pai, que foi enterrado como indigente por causa das condições financeiras da família.
“A gente não tinha dinheiro, não tinha nada. A gente morava numa casa de tábua, no meio do garimpo, que é onde você vai para pegar diamante, para ver se acerta na vida, e o garimpo era o Garimpo do Arroz. Um lugar muito perigoso. Todos os dias a gente via pessoas mortas na porta de nossa casa, assassinadas mesmo. Foi muito triste nossa infância com nossos pais. Minha mãe sofreu muito com meu pai. A gente não tinha nada na vida, estávamos ali tentando achar uma pedra”, relembrou Simaria.
“Aquele sonho de nordestino, que acha que vai achar uma pedra e vai mudar de vida, salvar a família. Meu pai estava sempre buscando uma vida melhor para nós duas”, continuou.
Bastante emocionada, a cantora relembrou o momento em que viu o pai caído no banheiro:
“Ele tinha 44 anos e foi tomar banho. Minha mãe chamou. Meu pai era assim, quando minha mãe chamava, ele respondia logo. E a gente era louca nele. Ele era incrível. Ele não respondeu. A casa era de madeira, quando olhei pelas frestas, vi ele deitado no chão, lembro até hoje, com a água caindo nos pés”, contou.
Simone continuou a contar a história: “Minha mãe, como não teve estudo, e a gente era muito criança. Os amigos que ajudaram a fazer o enterro. E foi assim. Hoje a gente briga na justiça pra conseguir achar o corpo para fazer tudo direitinho, agora que a gente pode”, explicou.
Durante as buscas pelo corpo do pai, a equipe contratada por Simone e Simaria encontrou dois corpos:
“Já abriu duas vezes, mas não achou. Achou uma mulher, outra pessoa, mas ele não. Eu tinha 11 anos quando ele morreu. E eu nessa correria louca ainda não consegui parar para resolver, porque depende da justiça para determinar um dia, para exumar o corpo”, disse, chorando.
Em outro trecho da entrevista, a dupla relembrou o início de carreira e a compra de uma casa em Goiânia: “Normalmente, nossa agenda termina no sul. Pra voltar para o nordeste, fica bem complicado”, disseram.
Simaria ainda falou sobre relacionamentos, e afirmou ter sido traída várias vezes:
“Eu nunca tive coragem de botar chifre, mesmo traída. Já fui várias vezes. Não julgo. Se tem vontade de fazer, tem que fazer. Não nasci para botar chifre em ninguém, só pra ganhar (risos)”, disse.
COLUNISTAS