Rebeca Gusmão contou sua história de vida e superação no livro Virada Olímpica - A Carreira, a Queda e a Superação - Foto: Divulgação A nadadora Rebeca Gusmão
Redação Publicado em 09/08/2016, às 10h35
A nadadora Rebeca Gusmão fez um relato chocante no livro recém-lançado Virada Olímpica – A Carreira, a Queda e a Superação. Acusada de doping em 2007, a atleta passou por um período turbulento e tenebroso em sua vida, caiu em depressão profunda e tentou duas vezes o suicídio.
No livro, lançado em julho, Rebeca conta que tentou o estado depressivo fez com que ela se machucasse diariamente:
“O estado depressivo também fazia com que eu me agredisse fisicamente, na tentativa de substituir uma dor por outra. Eu me machucava com a unha, com instrumentos, com objetos, com o que quer que fosse. Escolhia braços, coxas, pescoço e o peito como alvos”, relatou a atleta.
Rebeca contou ainda que atentava contra o próprio corpo ingerindo medicamentos para dormir e uma garrafa de vodca por dia: para dormir: “Só repetia: ‘Meu Deus, por favor, me leva daqui. Eu não aguento mais sentir dor assim’”.
Em outro trecho, a nadadora comenta o período que começou a ganhar peso:
“No início eu emagreci muito. Não tinha apetite, não queria comer e perdi cerca de vinte quilos ao todo. De repente, encontrei no extremo oposto um conforto para lidar com tudo o que estava sentindo. Passei a comer compulsivamente”, relembrou.
“Depois comecei a descontar no álcool. Passei a beber diariamente. Elegi a vodca como minha companheira. Com ela ficava trancada no meu apartamento por semanas, muitas vezes sentada no parapeito da janela, encarando o vazio. Dormia às seis da manhã e acordava só a tarde. Fui ganhando peso até chegar aos 104kg”, afirmou.
Três anos após o período mais forte da depressão, Rebeca Gusmão comemora a chegada de seu primeiro filho, Zeus:
“Sei que a partir de agora tudo vai ser diferente. Pois existe um ser que depende de mim. Mas a verdade é que eu sempre fui movida a desafios, pelo desconhecido. Ao lado da cama dele, reservei um lugar especial para o meu baú de medalhas e, em todas as noites, em vez de ler livros de fábulas e contos de infantis, contarei a história por trás de cada prêmio que conquistei. Não poderia haver medalha, recorde, premiação mais valiosa que esse presente que Deus me deu”, relatou a atleta.