Pâmella Gil é conhecida como a Gordelícia do Samba
Redação Publicado em 02/02/2024, às 10h24
Passista do Salgueiro e coordenadora da ala de passistas da Porto da Pedra, Pâmella Gil, de 40 anos, conhecida como a Gordelícia do Samba, contou que já foi alvo de muitos ataques gordofóbicos dentro do carnaval ao longo dos últimos 20 anos.
Os ataques preconceituosos começaram em 2013, quando ela começou a engordar e seu corpo mudou:
"No começo, eu engordava, mas quando chegava em outubro, novembro, eu corria atrás do prejuízo. Eu fazia minhas dietas, umas dietas malucas, para estar no padrão do Carnaval”, explicou ela, ao gshow.
Pâmella acrescentou: “Mas fiquei um período fora, porque eu estava realmente me sentindo muito gorda. Ia para a quadra assistir chorando. Eu ficava no camarote, olhando lá para baixo, e chorando. Eu não conseguia sambar, não conseguia nada. Aquilo ali estava me corroendo. Hoje, para mim, o padrão sou eu também. Mas, naquela época, na minha cabeça, não”, continuou.
A passista explicou que é comum as pessoas fazerem “piadas” e olharem “diferente” quando ela está sambando.
“As pessoas olham com um olhar muito diferente quando veem a gente sambando. Falam ‘olha como ela é gorda’. Eu costumo sambar olhando para as pessoas para elas verem minha alegria, mas acaba que você sempre vê alguma coisa dessas, alguém falando. Eu já vi gente falando ‘olha que bagulho’”, contou.
Pâmella revelou que também já foi vítima do preconceito de um diretor de carnaval na Porto da Pedra:
“Na Porto da Pedra, um diretor de Carnaval falou para o Gil Pinheiro (diretor da ala das passistas): ‘Eu não quero essa menina na ala, ela não está enquadrando com as passistas. Você pode cortar ela’. Eu só soube disso depois, mas ele disse ‘se ela for cortada, eu também saio’”, lembrou.
Em 2019, Carlinhos (do Salgueiro), da ala do Maculelê, a acolheu e a convidou para ser passista.
“Até eu encaixar na minha cabeça que eu podia ser passista do jeito que eu sou foi um pouco difícil, por conta dos olhares das pessoas e por conta de mim mesma. Mas eu fui a primeira passista plus size do Carnaval carioca e acabou que muitas pessoas me tiveram como referência. Sempre tinha uma gordinha que me via como referência para ela”, completou.
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