História seria lançada originalmente no teatro; adaptação levou quase dois anos
Redação Publicado em 04/04/2020, às 18h18
Na última semana de março, a Netflix estreou o filme O Poço, que acabou, de forma inesperada, se transformando em um estrondoso sucesso no Brasil.
Na história, detentos de uma prisão ficam enclausurados em andares e são alimentados através de uma plataforma. Na operação, os que estão nos andares mais acima comem melhor, deixando os restos para quem está alojado mais abaixo. A trama acabou rendendo uma porção de teorias e ainda causa rebuliço na web.
Com a ajuda do Canal Cinco Tons, já falamos sobre algumas das teorias criadas em torno do filme e também explicamos o final do longa.
Agora, o CENAPOP mostra 15 curiosidades sobre a produção.
Iván Massagué, o ator que interpretou Goreng, precisou perder 12 quilos em tempo recorde: as filmagens estavam programadas para começar em 6 semanas, então ele precisou se apressar para perder os quilos que dariam maior verossimilhança ao personagem.
O filme foi filmado em ordem cronológica. Portanto, Iván comeu exatamente da mesma forma que é mostrado na tela: 1 vez por dia em pequenas porções. O ator disse em entrevistas que 3 vezes por dia "a besta veio", porque a fome o fazia ficar de mau humor. Ele usou esse sentimento para conseguir entrar mais no papel.
Antes de virar filme, O Poço era uma peça teatral que nunca chegou a ser produzida. O diretor Galder Gaztelu-Urrutia recebeu o roteiro e se encantou pela história, mas a forma de escrita para teatro difere muito do que se usa normalmente no cinema. Por isso, a adaptação levou quase dois anos para ficar pronta.
Zorion Eguileor conseguiu o papel de Trimagasi uma semana antes do início das filmagens. O ator não tinha ideia de que faria parte do elenco antes disso. O artista originalmente escolhido se demitiu repentinamente, e Zorion aceitou quando lhe ofereceram a tarefa.
Antonia San Juan tinha pavor de filmar as cenas em que tinha que se aproximar do poço. Em entrevistas, ela explicou que ficava tonta durante as cenas em que o diretor pedia para ela se aproximar da câmera [o que acontecia o tempo todo] para conseguir capturá-la melhor.
Iván Massagué diz que sofreu muito na cena em que está todo amarrado. Segundo ele, a pressão dos nós das ataduras e da situação no geral o dominaram. Ele considera essa uma das suas cenas mais difíceis no filme. Enquanto isso, Zorion Eguileor achou todas as cenas "claustrofóbicas".
De acordo com o diretor Galder Gaztelu-Urrutia, o filme é uma crítica ao ser humano porque, em sua opinião, somos "uma espécie miserável". "Queríamos confrontar o espectador com egoísmo e indiferença em relação ao sofrimento dos outros", disse ele em entrevista. "O ser humano é, na minha opinião, uma espécie infeliz. O filme fala sobre lutar contra o que somos desde o nascimento: uma bola de egoísmo que chora e chora e pergunta e pergunta", frisou.
O Poço é inspirado na série de filmes O Cubo, cujo primeiro longa foi lançado em 1997. Nessa história, é mostrado um grupo de pessoas presas em uma série de salas idênticas em forma de cubo. Todos usam uniformes brancos e cada sala adjacente tem uma espécie de "armadilha".
Duas salas foram construídas para filmar as cenas dos pavimentos do poço, e as demais foram adicionadas digitalmente.
Para fazer subir a plataforma de comida, havia um dispositivo parecido com um guindaste que foi removido na pós-produção.
Alexandra Masangkay, a atriz que interpretou Miharu, é conhecida por participar da Operación Triunfo, um reality show parecido com o The Voice que faz sucesso na Espanha desde 2001. A atriz, cantora e dançarina participou do programa em 2010 e ficou em quarto lugar.
Segundo informações da produção, o poço do filme tem aproximadamente 2000 metros de profundidade. Levando em consideração que o buraco possui 333 níveis e que cada um tem uma altura de 6 metros, adicionando o “porão” e no nível zero, o buraco mede cerca de 2000 metros. Embora pareça muito profundo, o maior buraco na superfície da Terra é o Kola na Rússia, com 12,3 km de profundidade.
O Poço ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema de Sitges, em 2019. Ele não é um original da Netflix, que apenas comprou seus direitos de distribuição para outros países. Através da plataforma, o longa fez enorme sucesso nos Estados Unidos e na América Latina.
Iván Massagué revelou em entrevista que o final do filme não estava decidido pouco antes de rodarem o longa: “Tivemos três finais, que não decidimos até uma semana antes do início das filmagens", esclareceu.
Devido ao baixo orçamento, o diretor Galder teve que planejar todos os detalhes das filmagens desenhando cada sequência, para um total de 1.000 páginas.
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