O programa já está disponível com todos os seus episódios no streaming
Redação Publicado em 18/04/2020, às 13h49
A Netflix tem apostado pesado em reality shows, e tem conseguido colher bastante sucesso junto ao público que acompanha as produções da plataforma de streaming.
Programas como Casamento às Cegas (que se tornou uma febre no começo do ano) e, mais recentemente, The Circle (apresentado em sua versão brasileira por Giovanna Ewbank) ganharam o público brasileiro.
Nesta sexta-feira (17/04) estreou mais um show do tipo: Brincando com Fogo (Too Hot to Handle, no original), que à primeira vista parece ser mais um reality com vários modelos dividindo uma ilha deserta, deixando rolar muita pegação. Acontece que os produtores deixaram uma pegadinha aos participantes, e que muda completamente o jogo.
O mote é que, para ganhar o prêmio final de US$ 100 mil dólares, eles não podem ter relações sexuais ou até mesmo praticar masturbação. Nem beijo é permitido. A partir daí, o jogo ganha contornos indefinidos.
Nosso parceiro, o Canal Cinco Tons, já fez um vídeo a respeito do reality, explicando tudo que ele tem de bom, e que você pode assistir aqui.
Se mesmo depois do vídeo acima você ainda não está convencido em assistir, nós do CENAPOP damos cinco motivos para que você pare o que está fazendo e comece a assistir o reality. Veja:
Os produtores de Brincando Com Fogo souberam escolher o time participante desta primeira temporada. São cinco homens e cinco mulheres, todos modelos e com aparência própria para um comercial de academias, por exemplo. O melhor: todos eles estão completamente fissurados em sexo. Como não podem praticar nenhum ato sexual, eles falam bastante sobre o assunto, e também aproveitam bastante os joguinhos de sedução para provocar os outros participantes. Fora as personalidades de cada um, que são um show à parte.
Não importa como o reality vai terminar: não haverá um vencedor único: o dinheiro é dividido igualmente aos 10 participantes. O que parece uma boa pedida para eles, acaba colocando ainda mais pressão para que se mantenham castos: se um deles comete uma infração (como dar um beijo, praticar sexo de qualquer tipo etc), a multa é descontada do valor total. Dessa forma, diminui o prêmio não apenas para aqueles que quebraram as regras, mas para todos os participantes. A tensão em determinado momento fica palpável.
Com todas as regras muito bem delineadas para evitar que os participantes percam uma parte do prêmio, ainda há quem esteja no reality só para causar. E uma participante acaba chamando a atenção nesse sentido: Francesca. Ela deixa claro desde o começo que só aceitou o convite para curtir - no sentido sexual da coisa. Com as proibições, ela acaba se tornando a personagem mais divertida, já que mal consegue disfarçar seus impulsos e desejos sexuais. É ela quem movimenta o jogo: enquanto todos se concentram em cumprir as determinações, Francesca faz questão de provocar, incitar e, de certa forma, "jogar sujo".
Como Brincando Com Fogo subverte a ideia de reality recheado em sexo, o programa tem algumas sacadas interessantes para prender a atenção do público, e também dos próprios participantes. Eles participam de retiros dentro do programa onde aprendem, entre outras coisas, a lidar com suas energias sexuais. Acontece que, ao colocar pessoas com alta libido para realizar esses exercícios, o que deveria ser sério acaba sendo engraçado.
No fim das contas, Brincando Com Fogo tem um objetivo: ao tirar a parte sexual do programa, quer mostrar que é possível criar laços afetivos sem apelar para a sexualização dos corpos, tanto dos homens quanto de mulheres. O reality faz questão de deixar claro que é possível manter relações que não sejam apenas baseadas em sexo, mas em conhecer o outro, encontrar pontos em comum e descobrir o prazer na companhia de alguém sem apelar para um encontro sexual. Muitos deles atingem esse objetivo.
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