Lucélia Santos fala sobre a surdez do filho, Pedro Neschling: “É um grande mistério”

Atriz contou que ator não tinha problemas até a adolescência

Redação Publicado em 05/05/2022, às 07h29

Lucélia Santos falou sobre o problema de surdez de Pedro Neschling - Foto: Reprodução/ Instagram@pedroneschling

Mãe de Pedro Neschling, de 39 anos, a atriz Lucélia Santos, de 64 anos, falou sobre o problema de surdez do ator e revelou, entre outras coisas, que ele não tinha problemas de audição até a adolescência. 

“A surdez do Pedro é um grande mistério para ele e para mim. Ele não tinha problemas até a adolescência. Isso surgiu depois, na juventude. Até hoje nós não conseguimos imaginar, nem ele nem eu, como foi que isso ocorreu, quais foram as causas…”, contou ela, à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.

Lucélia explicou que o problema acabou se desenvolvendo muito rápido: “Uma surpresa é que o desenvolvimento foi muito rápido. No início, ele tinha uma pequena perda auditiva e só. E foi ficando acentuada. Foi avançando muito rapidamente. Então, a gente não sabe qual é a explicação para isso. É uma coisa muito séria e um alerta para todas as pessoas. Não é brincadeira”, continuou.

À publicação, ela explicou que Pedro usa aparelhos nos dois ouvidos, e que ele é engajado e compartilha todas as informações possíveis sobre o assunto para ajudar outras pessoas.

“Hoje ele usa aparelhos auditivos nos dois ouvidos. E como ele é uma pessoa engajada, sensível e inteligente, decidiu usar essa questão para alertar as pessoas que estiverem passando pelo problema. Inclusive, em crianças, é muito difícil detectar. É o que ele diz: é invisível. Não se consegue detectar até que aquilo gere algum problema. É bem dramática essa questão”, completou.

 

Ator falou sobre o problema

Pedro Neschling recorreu ao Instagram para falar sobre seu problema de surdez e classificou a condição como uma “deficiência invisível”.

“Sempre repito que é muito difícil para as pessoas entenderem a surdez porque é uma deficiência invisível. Você não olha pra um surdo e entende visualmente que aquela pessoa na sua frente, aparentemente com tudo igualzinho a você, tem uma deficiência que atrapalha muito seu cotidiano. Quando eu digo para os outros que sou surdo, muita gente ri achando que é piada — não por maldade, mas por não conceber isso como uma possibilidade”, começou ele.

O ator usa aparelhos auditivos nos dois ouvidos, e contou que é um “desafio a mais” entender a tecnologia:

“Quando um surdo opta por buscar auxílio da tecnologia para melhorar sua audição — como é meu caso —, encontra um desafio imenso que é achar a solução adequada a seu tipo de perda. Eu uso aparelhos auditivos nos dois ouvidos. E aí começa uma saga que só quem vivencia entende: o ajuste desses bichinhos. Tentando explicar de maneira simples, basicamente os aparelhos amplificam as frequências específicas que a pessoa não ouve. Mesmo com recursos cada vez mais modernos, é um desafio para os fonoaudiólogos acharem o ajuste fino que auxilia o surdo a escutar sons que ele perdeu e não exagerar nos que ele tem preservados naturalmente. Sem falar que quando amplifica um som, o aparelho só reconhece a frequência. Ou seja, ele não sabe se está aumentando uma campainha ou um passarinho. E isso pode nos incomodar… É sempre uma adaptação complicada”, acrescentou.

Pedro disse ainda que foi ao especialista para ajustar os aparelhos e que seu caso não é simples:

“Hoje tive uma consulta para ajustar meu aparelho. Meu caso é um grande desafio, já que tenho audição para frequências graves bem preservadas e agudas quase inexistentes. É o que chamamos de 'perda em rampa', porque quando você vê um gráfico da minha audiometria, parece uma ladeira íngreme. Acontece o seguinte: se você veda demais meu ouvido para que seja possível aumentar meus agudos, eu perco os graves naturais. Se deixar muito aberto, o amplificação dos tais agudos não atinge o máximo de performance. É uma matemática complexa que ainda por cima precisa ser dialogada entre mim e a fono, sendo que estamos falando justamente de sensações, algo que não se vê. Piora tudo o fato de que ela não é surda, então por mais que eu tente descrever a sensação, ela no máximo pode imaginar. Requer paciência e boa vontade dos dois lados”, explicou.

E finalizou: “Sempre tive o privilégio de contar com profissionais carinhosos e atenciosos nessa luta. Hoje optamos por trocar a oliva (espécie de fone) que fica dentro da minha orelha para melhorar um incômodo que vinha me perseguindo há meses. E estou há pouco mais de uma hora como se vivesse em um novo mundo. Se você tivesse cruzado comigo quando acordei, ia achar que eu sou o mesmo de agora. Mas não, sou outro. Sem exagero. Porque eu vim aqui falar sobre isso? Só pra quem passa pelo mesmo que eu se sentir abraçado. A surdez é muito solitária. E também pra você que vive sem deficiências ter paciência e empatia quando encontrar com alguém que tem. Nós estamos sempre nos esforçando para viver integrados num mundo que liga muito pouco pra tudo que foge do padrão”, concluiu.

Lucélia Santos Pedro Neschling

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