Lívia Andrade deu longa entrevista à coluna de Patrícia Kogut, do jornal 'O Globo'
Redação Publicado em 14/09/2022, às 11h16
Desde que deixou a emissora de Sílvio Santos, Lívia Andrade decidiu abrir o coração e contar sobre a fase conturbada que viveu durante a época em que recebia um salário alto, mas não trabalhava como gostaria. A apresentadora lamentou os momentos de dificuldades em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
“Lá no SBT eu não tinha mais para onde crescer. Estava no domingo e apresentava um programa diário ao vivo. Ainda aparecia nas reprises das novelas infantis “Carrossel” e “Chiquititas”. Tudo estava dando um resultado muito positivo de audiência. Eu estava muito bem nessa fase, mas eu não fiquei feliz com as mudanças feitas diariamente, inclusive durante o programa. Às vezes o Silvio ligava, mudava o nome do programa, a pauta, o conteúdo e o horário“.
“Eu chegava lá e não sabia o que ia acontecer. Eu sou uma pessoa ansiosa. Aquilo me gerou mais uma ansiedade no meio daquela coisa louca da pandemia. Estava me fazendo mal. O Silvio me perguntou se eu estava feliz fazendo aquilo. Eu disse que não. Eu estava ali para ler as notícias, comentar as notícias dos jornalistas, as pautas que eles traziam. Tomava meu cafezinho e me divertia à tarde como as pessoas de casa. De repente, estava dando notícia de morte e entrando com plantão. Não fazia mais sentido para mim“.
Lívia continuou: “Mas a resposta que dei primeiramente para o Silvio foi: “Sou funcionária, sou paga para isso, é minha obrigação, vou fazer meu trabalho”. Na segunda vez que ele perguntou, eu disse que não estava feliz. Ele respondeu: “Você não é obrigada a fazer”. E eu falei: “Então, quero parar”. Aí eu parei. Não dava mais. O programa dele não gravava (devido à pandemia) e eu não estava mais todos os dias no ar. Ganhava um salário muito alto para não fazer nada naquele momento“.
“Eu comuniquei à direção que queria sair, que estava vendo outras coisas. Me pediram calma e paciência, pois tudo voltaria ao normal. O tempo foi passando, e o negócio não voltou a ser como era antes. E que bom que não voltou. Eu sou muito grata por tudo o que fizeram por mim, por todas as oportunidades que recebi, pelo respeito. Tive um professor incrível, que foi o Silvio Santos. Isso é um privilégio”, disse.
Recentemente, a artista, que ficou famosa por ser dançarina do programa de Sergio Mallandro nos anos 90, desabafou sobre o título de símbolo sexual: “Isso me incomodava, mas não me paralisava. Passei por situações muito difíceis, até porque era bem nova quando comecei (ela fazia campanhas publicitárias aos 13 anos). Eu não posso controlar as pessoas, mas posso controlar minhas atitudes“.
Andrade acrescentou: “Usei muitas vezes esses ataques, esses julgamentos e esses rótulos como combustível para me dar força para seguir em frente e provar estarem todos errados. Precisei adotar uma postura bem firme nos bastidores. Eu nunca deixei uma ação desrespeitosa sem uma reação à altura. Até hoje, depois de tudo o que fiz, ainda vão tentar diminuir minhas conquistas e minha competência. Isso não vai mudar”.