João Gordo fala da relação difícil com o pai policial e vício em maconha: “Sou mais decente do que muito crente”

João Gordo lançou sua biografia na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo - Foto: Reprodução/ Instagram João Gordo abriu o coração e escancarou

Redação Publicado em 24/11/2016, às 08h52 - Atualizado às 08h54

João Gordo lançou sua biografia na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo - Foto: Reprodução/ Instagram

João Gordo abriu o coração e escancarou passagens difíceis de sua vida no livro recém-lançado Viva la vida tosca.

Na biografia, escrita em parceria com o jornalista André Barcinski, o músico relembra as agressões sofridas pelo pai policia, morto em 2011, a relação pacífica com os filhos Victoria, de 12 anos, e Pietro, de 11 anos, e o vício em maconha que já dura 40 anos.

Aos 52 anos, João Gordo conta que a relação com o pai nunca foi boa, e que chegava a apanhar de cabo de vassoura, cinta e fio de metal.

“Passei um pouco dos limites, mas faria todas as loucuras novamente. Curti para c******. Muito mais do que qualquer um, viu? Enquanto vocês, jornalistas, escreviam aí sobre mim, eu viajava pelo mundo. Mas, olha, tirando poucas coisas, sou uma pessoa comum. Sou um cara muito mais decente do que muito crente por aí”, diz ele.

Ao falar sobre a relação com o pai policial, João conta que cresceu ouvindo que seria ladrão, traficante e que acabaria na cadeia:

“Não existe nenhum lado manso em mim. Cresci ouvindo que eu ia ser bandido, ladrão, traficante e que morreria na cadeia, na sarjeta ou no hospício. Acabou que não aconteceu nada disso. Meu pai teve que me engolir. Por mais que não tenha tido demonstração de ambas as partes, houve um perdão geral. Não foi fácil. Quem apanha não esquece jamais. A biografia está mais para um tratado de superação. Depois de tudo isso, consegui levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima”, lembrou o músico, que se afastou do pai por um período de 15 anos, antes de seu falecimento, em 2011.

João Gordo lançou sua biografia na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo – Foto: Reprodução/ Instagram

Embora tenha tido uma infância difícil, o vocalista da banda Ratos de Porão diz que tem uma relação harmoniosa com os filhos, Victoria e Pietro:

“Ser pai é como jogar xadrez, sabe? É difícil… Agora que os dois viraram pré-adolescentes, a doideira só aumentou. Lógico que já perdi a paciência com eles, dei uns gritos, mas nada que abalou a estrutura familiar”, contou.

Prefiro que fumem o primeiro baseado comigo

Na biografia, o músico conta ainda que tenta esconder dos filhos o vício em maconha:

“Nunca escancarei esse meu lado para eles. Uma vez, por descuido, a Victoria me viu fumando maconha e fez o maior escândalo, porque ela achava que era coisa de bandido. Agora, ela já percebe que a cannabis é uma planta mágica. Eles não têm uma visão leiga ou coxinha da coisa”, diz ele.

“Jamais vou reprimir os dois de experimentar. Caso queiram, prefiro que eles fumem o primeiro baseado comigo. Só acho que está muito cedo. E é um péssimo hábito! É muito mais fácil não ter a preocupação de adquirir a droga contra a lei. O lance é que, igual a mim, há milhões de brasileiros. Aliás, não seria muito mais fácil liberar essa porr* de uma vez?”, completou.

Famosos Biografia Viva la vida tosca João Gordo

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