Pretendendo ser uma alegoria do fim do sonho de paz e amor que permeou a década de 60, Era Uma Vez em Hollywood tem grandes qualidades e defeitos.
Redação Publicado em 26/07/2019, às 23h28
“Era Uma Vez Em… Hollywood” é o nono filme da carreira de Quentin Tarantino, em uma prometida sequência de apenas dez longas-metragens. É muito pouco para um gênio com a capacidade criativa do diretor e roteirista. Mas, talvez, seja a quantidade ideal, a julgar pelo resultado de seu novo trabalho.
A reconstrução de Hollywood no fim dos anos 60 é simplesmente magistral, hipnotizante. O filme ganha muitos pontos em não usar efeitos digitais para recriar os cenários. Tudo parece realmente ter sido filmado na época. Ainda mais quando se conta com uma fotografia belíssima, que ficou a cargo do oscarizado Robert Richardson. As recriações nos figurinos também chamam muito a atenção, e mostra como Tarantino e sua equipe são realmente detalhistas em níveis quase obsessivos.
É uma pena, portanto, que o filme tenha pontas fracas. Pretendendo ser uma alegoria do fim do sonho de paz e amor que permeou a década de 60, o longa tem inegáveis qualidades, mas seus defeitos atrapalham o resultado final. O terceiro ato – que é a grande surpresa e deve ser mantido sem spoilers aqui – alavanca o filme a um outro nível; no entanto, não se pode dizer que seja algo que já não tenhamos visto. Na própria filmografia do Tarantino há exemplos, inclusive.
No fim das contas, é preciso equilibrar as coisas. A direção, boa parte das atuações, técnica e trilha sonora dão o ponto positivo a “Era Uma Vez Em… Hollywood”. O roteiro, edição e outra parte das atuações pendem para o negativo.
Veja o veredito final aqui: