Dra. Juliane Viana explica como fatores hormonais e exposição à luz visível contribuem para o melasma.
por Mundo Pop
Publicado em 16/05/2025, às 17h26
O melasma, condição que provoca o surgimento de manchas escuras na pele, principalmente no rosto, é mais comum do que se imagina e atinge também personalidades como Cleo e Ivete Sangalo. Apesar de ser frequentemente associado apenas à exposição solar, o melasma é uma doença multifatorial, como explica a dermatologista Juliane Viana. De acordo com a especialista, ele envolve predisposição genética, alterações hormonais, fatores inflamatórios e estímulos externos como a luz visível, proveniente de celulares, computadores e lâmpadas artificiais.
A mancha característica do melasma surge por conta do aumento na produção de melanina, pigmento responsável pela cor da pele, como uma resposta a estímulos diversos. Embora a exposição ao sol seja um dos principais gatilhos, o quadro pode se agravar mesmo sem contato direto com a luz solar, especialmente em peles não protegidas adequadamente. Juliane ressalta que fatores hormonais desempenham papel fundamental, o que explica a prevalência maior em mulheres, particularmente durante a gravidez, o uso de anticoncepcionais ou tratamentos hormonais.
Uma das grandes dificuldades no tratamento do melasma é o fato de ele ser crônico e ter tendência à recorrência. "O melasma não tem cura definitiva. Nosso objetivo no tratamento é manter as manchas sob controle e minimizar seu impacto na qualidade de vida do paciente", explica a médica. Para isso, o uso diário de protetor solar é indispensável, preferencialmente os que contêm cor, pois oferecem proteção contra a radiação ultravioleta e contra a luz visível. Juliane orienta que a reaplicação do filtro deve ser feita a cada três horas, inclusive em ambientes fechados.
Em termos de tratamento, há uma variedade de abordagens que vão desde o uso de clareadores tópicos até procedimentos dermatológicos mais avançados, como peelings químicos, microagulhamento e tecnologias a laser. No entanto, a dermatologista destaca que o sucesso depende de uma estratégia personalizada, levando em conta o tipo de pele, a profundidade das manchas e o histórico do paciente. Procedimentos mal indicados ou realizados de maneira inadequada podem, inclusive, piorar a condição, tornando as manchas mais resistentes.
Além dos cuidados médicos, mudanças no estilo de vida também são importantes. Evitar exposição solar intensa, usar barreiras físicas como chapéus de abas largas e óculos escuros e adotar uma rotina de skincare adaptada para peles sensíveis fazem toda a diferença. Juliane explica que o paciente precisa ter consciência de que a disciplina diária é tão importante quanto o tratamento em consultório. "O melasma ensina sobre constância. Não adianta fazer sessões de laser se a proteção solar e os cuidados em casa não forem rigorosamente seguidos", alerta.
O impacto do melasma na autoestima também não pode ser ignorado. Muitas pessoas relatam sentir vergonha da pele manchada, evitando fotos, reuniões sociais e atividades ao ar livre. A dermatologista reforça que, embora o processo seja contínuo, os avanços da dermatologia oferecem hoje alternativas eficazes e mais seguras para lidar com a condição.
Para quem convive com o melasma, o tratamento não é rápido, mas com acompanhamento especializado, disciplina e paciência, é possível conquistar uma pele mais uniforme, recuperar a confiança e manter as manchas sob controle a longo prazo.