Empresária contou que “não tem medo de envelhecer”
Redação Publicado em 14/05/2025, às 09h41
A empresária e atriz Thalita Zampirolli, de 35 anos, contou que já ouviu muitos comentários negativos e transfóbicos por ser uma mulher trans bem-sucedida.
Dona de dois espaços de beleza e sócia de uma academia nos EUA, ela revelou que a independência financeira não a livrou das críticas e insinuações preconceituosas.
A empresária diz que suas conquistas também são uma vitória de todas as mulheres trans. Ela enfatiza que ser uma mulher trans bem-sucedida incomoda. Thalita já ouviu até comentários transfóbicos.
“Ser uma pessoa trans e bem-sucedida, infelizmente, ainda incomoda muita gente. Vivemos em uma sociedade que historicamente marginalizou pessoas trans e não espera que estejamos em posições de liderança, destaque ou prosperidade”, começou.
Ela acrescentou: “Quando rompemos essas barreiras, nosso sucesso muitas vezes é questionado, desvalorizado ou até tratado como algo suspeito. Já ouvi, sim, comentários preconceituosos — desde insinuações de que cheguei onde estou por 'outros meios' até questionamentos sobre minha capacidade, como se minha identidade de gênero anulasse minha competência. Mas sigo transformando esses ataques em combustível para abrir mais portas para outras pessoas trans. O sucesso de uma pessoa trans não deveria incomodar: ele deveria ser celebrado como sinal de avanço coletivo”, continuou.
Às vésperas de completar 36 anos, Thalita ressaltou que não tem medo de envelhecer e pondera sobre o fato de ter vencido mais uma estatística, já que pessoas trans, no Brasil, têm uma expectativa de vida de cerca de 35 anos, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).
“Durante muito tempo, a ideia de envelhecer parecia um privilégio distante. A expectativa de vida para muitas pessoas ainda é marcada por desigualdades e desafios, então chegar aos 36 anos, com saúde, conquistas e orgulho de quem eu sou, é um ato de resistência. Não tenho medo de envelhecer — tenho medo é de viver em uma sociedade que ainda tenta limitar quem podemos ser. Envelhecer, para mim, é sinônimo de vitória. Cada ruga, cada linha do tempo que aparece no meu rosto, é um lembrete de que continuo aqui, firme, escrevendo minha própria história. Quero envelhecer com dignidade, com liberdade e cercada de amor. Isso, sim, é o verdadeiro sonho”, completou.
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