Solange Couto ficou famosa em "O Clone" com o bordão "Não é brinquedo, não"
Redação Publicado em 27/09/2021, às 18h36
Vinte anos após a exibição original de "O Clone" "Né brinquedo não", o bordão de Dona Jura -- personagem de Solange Couto -- continua marcante na lembrança do público.
Mas o que muita gente não imagina é que foi a própria atriz quem criou a expressão, fazendo com que a personagem se tornasse um sucesso absoluto. Em entrevista para festejar a reexibição da novela de Glória Perez, ela explicou:
Não é brinquedo não' foi criação do pai do céu. Costumo conversar com Ele, e pedi que me inspirasse algo diferente. E Ele me fez falar isso de repente quando estava dirigindo. Passei a ter uma popularidade que nunca imaginei com essa personagem.
Solange também foi quem compôs a música que tem o bordão como título, gravada pelo grupo Molejo. "A música fez muito sucesso. Também escrevi o livro 'Receitas de Botequim', a partir da Dona Jura, que teve mais de 150 mil cópias vendidas", relembrou.
As personalidades que Dona Jura recebia em seu bar, famoso pelo pastel de camarão, eram uma atração à parte na trama. De Pelé a Zeca Pagodinho, vários ícones passaram por lá. Solange relembra desses momentos das gravações com muito carinho.
"Tenho inúmeras lembranças das participações. Alguns foram muito especiais: O Pelé, que foi o primeiro a ir, depois os campeões da seleção brasileira e o Sargentelli, que me mandou uma mensagem e eu pedi a Gloria Perez para trazê-lo. Foi emocionante demais", disse ela, que também se disse muito feliz com a volta da trama.
"Mesmo tendo passado 20 anos, no caso da minha personagem parece que foi ontem", afirmou a artista. Ela comentou que não imaginava o tamanho do sucesso que sua personagem faria junto ao público. "Não imaginava mesmo, e acredito que a Gloria Perez (autora) e o Jayme Monjardim (diretor) também não tinham essa dimensão".
Solange prosseguiu: "Dona Jura era para ser um personagem secundário e se tornou tão grande, um divisor de águas na minha carreira. Passei a ter uma popularidade que nunca imaginei".
A artista também relembrou como foi o processo de construção da personagem: "Começou pelo figurino. O vestido que ela mais usava era cópia de um vestido meu, que pedi a figurinista Marília Carneiro para fazer e ela me atendeu. A faixa do cabelo eu também sugeri e as sandálias comprei e apresentei para aprovação".
"Não houve preparação maior para ela, até porque era pra ser um papel bem menor do que se tornou. Tive liberdade de fazer do meu jeito. Claro que com a aprovação da autora e da direção", afirmou, analisando em seguida a trajetória de Dona Jura dentro da trama.
É muito comum no subúrbio do Rio de Janeiro encontrar centenas de mulheres como ela, busquei as lembranças de infância e interpretei com suas dores, amor, atitudes, acho que daí veio a identificação que as pessoas tem com ela.
Questionada sobre qual foi o maior desafio ao interpretar a personagem, Solange não escondeu: "Não caricaturar, não exagerar para ser autêntica". Em seguida, relembrou os bastidores da novela: "Eu amava dobrar a esquina da cidade cenográfica e gritar: 'Bom dia meu povo!' E todos respondiam em coro. Era muito bom!".
Solange também garantiu que não houve, até hoje, um dia em que não houvesse alguém que não citasse o famoso bordão de Dona Jura ao encontrá-la, e afirmou que vai reassistir a novela: "Com certeza. Autocrítica não cabe mais".
Por fim, Solange revelou que guardou uma recordação da época da novela: "Tenho um vestido dela guardado e é uma linda recordação. Faço às vezes o pastel de camarão, a mesma receita", frisou.
De volta a partir do dia 04 de outubro, "O Clone" é escrita por Gloria Perez, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, direção geral de Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann, e direção de Teresa Lampreia e Marcelo Travesso.
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