Paulinha Abelha está internada desde semana passada e entrou em coma profundo
Redação Publicado em 22/02/2022, às 18h03 - Atualizado às 18h10
Os médicos que cuidam da cantora Paulinha Abelha deram uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (22/02) para atualizar o público sobre o estado de saúde da artista, que continua internada no Hospital Primavera, em Aracaju.
"A senhora Paula foi transferida de outro hospital e na sexta-feira começamos nossa discussão multidisciplinar, tentar revisitar o que já havia sido feito e pensado no hospital. Na UTI a gente tinha duas vertentes: dar suporte às falências orgânicas para que não continuassem progredindo, porque ela já tinha disfunção renal e hepática. E tinha um quadro neurológico em coma profundo sem nenhum tipo de reflexo e resposta", disse um dos doutores presentes segundo informações da "Quem".
Ele prosseguiu: "Novos exames foram realizados, o contato com o hospital prévio continua acontecendo. Repetimos a ressonância cerebral para tentar identificar o motivo do coma. Outros exames clínicos e neurológicos também foram realizados. De sexta-feira para cá o quadro neurológico segue inalterado. A alteração que conseguimos identificar na ressonância foi um quadro de inflamação da membrana que envolve o cérebro".
Todo o suporte renal foi mantido normalmente para que novos agravos não aconteçam na paciente. O suporte crítico tem estabilizado essa parte clínica, mas a parte neurológica a gente continua a investigação. tem exames que descartaram e confirmaram algumas coisas e outros ainda estamos esperando.
O médico responsável pela área neurológica também se manifestou, indicando que a equipe continua buscando as causas do coma: "Ela chegou em coma e continua em coma, um coma grave, profundo. A pergunta que fazemos aqui no dia a dia é quais as justificativas de uma pessoa estar na escala mais baixa que você pode ter em uma escala de coma", afirmou, negando a informação inicial de que ela estaria com uma bactéria no cérebro.
Um dos jornalistas presentes questionou os médicos se o uso constante de diuréticos, que supostamente Paulinha tomava, pode ter influenciado o quadro grave de saúde que ela atravessa no momento.
"De fato o uso abusivo de algumas substâncias, inclusive de cunho estético, podem sim levar a uma lesão renal. O fato é que não tem nenhum exame comprovatório hoje no caminho de dizer que ela tivesse alguma lesão prévia e não temos nenhum sinal de lesão crônica", detalhou um dos especialistas presentes.
Ele ressaltou: "De fato o uso rotineiro de remédios tem esse risco, mas não parece o caso. Fomos questionados ao longo da semana se os tratamentos e as tentativas de perda de peso teriam alguma responsabilidade no quadro clínico dela. Quando se fala em quadro de síndrome tóxicometabólica é que tem alguma substância circulando no corpo da paciente que deve estar gerando uma cascata de lesões nos órgãos".
Qualquer substância, seja prescrita ou não, medicamento é droga. Mas quando Paula o fez, foi de caráter supervisionado. A gente trabalha sim com a possibilidade de alguma intoxicação de medicamentos, existem exames em andamento, iremos confirmar ou negar. Nesse momento essa resposta nós não temos.
Logo após, os médicos negaram que o quadro de Paulinha seja irreversível. "Ela está em coma profundo, mas em nenhum momento foi falado sobre morte encefálica. O coma é uma condição potencialmente reversível. Existe um coma profundo, que traduz uma injúria encefálica severa, mas não existe um conceito de irreversibilidade ainda. Então estamos trabalhando para ver se reverte esse processo".
A equipe médica comentou que, até o momento, não há a menor possibilidade de transferência de cantora para outro hospital, e também não há nenhuma previsão para ela receber alta, já que o caso ainda é bastante grave. Eles tentam identificar como as inflamações começaram no corpo da artista, que terminaram atingindo órgãos vitais como fígado, rins e cérebro.
"Temos em andamento um painel toxicológico, que são várias substâncias, que estão sendo investigadas. Tem biópsias de órgãos atingidos também em andamento e só com esses subsídios teremos ideias melhor de mudar ou não o tratamento. Não podemos só dar antídoto porque também é droga e pode ter consequências", relataram.
Assim que um dos jornalistas presentes mencionou possíveis sequelas, os médicos cortaram o assunto. "Hoje nosso interesse é mantê-la viva e não está sendo fácil. Não me sinto confortável para falar sobre possibilidade de sequela em um paciente que a princípio nosso esforço está sendo destinado a mantê-la viva".
Sequela vem mais à frente, se sobreviver. nesse momento nosso compromisso é dar suporte para que ela passe dessa fase aguda, recupere função renal e, se o bom Deus permitir, que ela recupere a injúria neurológica para que, se possível for, ela retome as atividades. Mas a preocupação agora não é com sequela, mas com a manutenção da vida.
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