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Juliana Caldas desabafa sobre abordagem dada à PcD em filme com Leandro Hassum

Juliana Caldas revela ter se sentido mal e não ter conseguido assistir "Amor sem Medida"

Juliana Caldas revela ter se sentido mal ao assistir o longa - Foto: Reprodução / Instagram @juzinha.caldas
Juliana Caldas revela ter se sentido mal ao assistir o longa - Foto: Reprodução / Instagram @juzinha.caldas

Redação Publicado em 01/12/2021, às 13h55

A atriz Juliana Caldas usou seu Instagram durante esta quarta-feira (01/12) para se manifestar com seus seguidores sobre a forma em que o filme "Amor sem Medida" retrata PcD (Pessoa Com Deficiência). A atriz fez sucesso em 2017 na novela "O Outro Lado do Paraíso", onde interpretou Estela, filha que não é aceita pela mãe Sophia, interpretada por Marieta Severo, por ser anã.

O filme da Netflix fala a história de amor entre Ivana, interpretada por Juliana Paes, e Ricardo, vivido por Leandro Hassum, onde faz um cardiologista de baixa estatura. "Oi, gente! Boa noite! Tudo bom? Estou aqui gravando esse vídeo para falar sobre um filme. Na verdade, para dar a minha opinião sobre um filme que está na Netflix, um filme brasileiro que aborda o tema nanismo. Nossa, bacana! Só que não... Bom, enfim, o filme é do Leandro Hassum, chama 'Amor sem Medida' e... Bom, vamos lá. Se a gente parar para pensar... A gente fala tanto hoje em dia da representatividade, da importância da representatividade no mundo, na diversidade, etc. Só que vou dar a minha opinião, estou aqui dando minha opinião tanto como pessoa Juliana e como artista Juliana", começou ela em um vídeo compartilhado em seu perfil.

 
 
 
 
 
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A atriz comenta que não se sentiu nem um pouco representada na produção da plataforma de streaming. "Primeiro porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo... o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuíram o Hassum em computação gráfica, essas coisas, para mostrar que ele tem baixa estatura. E, depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas e que, cara... Não dá para aceitar hoje em dia. Se fossem piadas racistas, homofóbicas, gordofóbicas, eu acredito que talvez esse assunto estaria sendo levado mais a sério", opinou a atriz.

Juliana não se conformou com a forma preconceituosa que obras de audiovisual tem com o nanismo. "Porque o filme é de humor... Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada e totalmente capacitista e preconceituosa. E não dá assim. Não dá mais para aceitar hoje mais um filme que faz você sentar e rir disso, rir dos outros, rir da condição do outro, sabe? No caso, né, da deficiência do nanismo. O nanismo é considerado uma deficiência. Aí você rir disso hoje em dia não dá mais para aceitar. Eu não consigo, queria entender, realmente, se as pessoas sabem o que significa empatia. Porque eu, às vezes, vejo cada vez mais, que as pessoas não sabem. Na verdade, sabem o que é o significado, ok. Se colocar no lugar do outro, ok. Porém, não exercem a empatia", lamentou a artista durante o vídeo.

Ela ainda comenta que não conseguiu chegar até o fim do longa. "Porque não dá, sabe? Aí você questiona, pode questionar, pode se perguntar aí, né? Você que está vendo... 'Mas você também fez um trabalho que seu personagem ouvia barbaridades, abordagens, falta de acessibilidade, sim' [referindo-se à personagem Estela de O Outro Lado do Paraíso]. Mas, na minha opinião, não se dava margem e abertura para você rir disso. Pelo contrário. Se dava abertura de você questionar, sim, sobre muitas coisas e para pensar o quanto isso fere o próximo. Você é chamado de monstrengo, você comparando ou infantilizando a pessoa com nanismo...", concluiu.