Atriz ficou conhecida por não ter problemas em expor sua vida sexual e tratar do tema com naturalidade
Redação Publicado em 06/11/2020, às 10h52
Cleo publicou um vídeo em seu canal no YouTube onde desabafou sobre as diversas situações que passou em sua vida após falar abertamente sobre sua sexualidade.
Atualmente no ar na reprise de Haja Coração, a atriz e cantora abriu o coração: "Eu sempre falei muito abertamente sobre a minha sexualidade e todo mundo sabe disso, todo mundo mesmo. Porque, para mim, isso não é um tabu e principalmente porque em alguns anos de carreira, com certeza, esse foi o assunto mais abordado em entrevistas, em fofocas... Então essa relação 'Cleo e Sexo' foi meio que se instaurando na mente das pessoas. E, particularmente, eu não via mal nenhum nisso, não vejo ainda", começou.
"Sofri muitas sanções por isso. Muitas delas veladas. Um exemplo é parecer que você só sabe falar disso na vida, sabe. E, por mais que eu tratasse com muita naturalidade, para as pessoas esse meu comportamento era sempre negativo", lamentou.
Ela continuou: "Até mesmo as pessoas que estavam à minha volta, que se diziam minhas amigas, usavam essa minha imagem para me diminuir, para me fazer mal, como se eu estivesse fazendo algo errado. Essa pauta já foi usada para me humilhar publicamente, já fui alvo de piadas, de boato, de fofoca", disse.
Apesar de tudo, Cleo disse não se arrepender de nada. "Porque esse tema foi muito mais abordado pelos outros para que eu falasse do que eu mesma sair falando por aí. E muita gente me criticou por isso, me demonizou, mas eu não me arrependo", ressaltou.
"Talvez, se eu tivesse a maturidade de hoje, eu teria mais cautela em relação às pessoas ao meu redor mesmo. As que estavam mais próximas. Só para eu não ser usada. Talvez eu conseguiria pensar: “Será que eu estou me abrindo e confiando em alguém que está alinhando com os meus pensamentos?”. Porque nascer mulher é já precisar nascer em alerta, né", pontuou na sequência.
Por fim, falou sobre como a sociedade impõe padrões para as mulheres em geral. "O mesmo pensamento que ensina a gente a reprimir o nosso impulso, o nosso desejo sexual, também objetifica e coloca a gente num lugar de satisfazer o desejo sexual do outro", explicou.
"Você precisa ocupar o lugar da desejada. Não ocupar o lugar de quem está expressando o desejo ou tendo domínio do seu desejo. É tipo assim. Eu ser uma mulher falando sobre sexo é muito bom se for para alimentar as fantasias sexuais dos caras. Mas, eu nunca vou ser vista com credibilidade, com respeito e principalmente nunca vou ser ouvida. Entende como é louco? E isso tudo é muito antigo, muito enraizado na nossa cultura . Quando a gente vê, a gente já está seguindo esse padrão de pensamento", finalizou.
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