Atriz deu uma longa entrevista para a coluna de Patrícia Kogut, onde falou sobre sua vida atual
Redação Publicado em 28/10/2020, às 09h55
Cássia Kis usou o período de isolamento social, causado pelo novo coronavírus, para mudar de hábitos e procurar se reinventar.
Em entrevista para a coluna de Patrícia Kogut em O Globo, a atriz -- que está no ar na série Desalma, da Globoplay, da qual falamos em crítica aqui -- revelou o que a estimula.
"Usar a boa energia para ajudar as pessoas é o que quero. Estou cansada, mas tem palavras que são muito fortes. Se pudesse, tatuava todo dia no meu corpo: ama, espera, perdoa. A espera está tendo uma força gigante. Penso que, se semearmos, vamos colher coisa boa. A vida é tão curta", começou ela.
Cássia prosseguiu: "Veja que tivemos que tirar do dia para a noite o pé do acelerador. Foi uma coisa impressionante. Meu corpo está muito cansado, mas estou convicta de que minha casa está mais silenciosa, em paz. Às vezes pode ter um relâmpago que sai de mim e é de mim, porque meus filhos são muito serenos".
"Sei que o dia em que eu atingir a serenidade ninguém nunca vai me tirar. Já fui uma pessoa doente, fora do lugar, já critiquei, fiz parte de rede social que se junta para falar mal e ver minerar uma outra pessoa, só que hoje tenho outros objetivos. A meta é atingir essa paz e que ela não saia mais de mim", ponderou.
Há pouco tempo, Cássia revelou um trauma de infância: ela sofreu assédio sexual quando tinha 11 anos de idade. Na entrevista, ela contou o que sente quando se depara com casos parecidos com o seu.
"Eu perdoo. Posso perdoar, mas a pessoa que fez vai acertar as contas com algum lugar. Vejo o fato de as mulheres se identificarem com satisfação porque, se dou uma entrevista, é porque o que digo pode ser que tenha alguma importância. Então, me sinto muito responsável. Me sinto com consciência coletiva no prumo", frisou.
Em seguida, Cássia diz que se vê errando diariamente. "Errar faz parte de caminharmos. Sou uma alma doente também. E nós todos somos. Temos aí um caminho longo pela frente para chegar a um lugar que nos interesse de verdade. Entendo que preciso ter responsabilidade sobre cada coisa que eu diga. E isso precisa ser trabalhado dentro de mim com força. Tenho a experiência de que o amor pode tudo. Com afeto, a gente salva o outro. Quem ama enxerga mais longe, se esforça. E os erros são necessários. Só não erra quem fica de braço cruzado", disse.
A atriz contou também que tem o hábito de acolher, de forma espiritual, os filhos que perdeu em dois abortos que sofreu antes de ser mãe de Miguel, Maria, Joaquim e Pedro -- de 24, 23, 17 e 16 anos.
"Cometi erros, mas vou corrigir. Tenho quatro filhos e não me arrependo. Na verdade, tive seis filhos. Meus dois primeiros se foram, mas não posso esquecê-los. E eu acabei incluindo-os com muita força também. À noite, eu vou dormir, dou boa noite para meus quatro filhos e, principalmente, para os meus dois primeiros, que foram almas que quiseram encarnar e eu não deixei. Precisei que eles me perdoassem", destacou.
"Tenho certeza que eles o fizeram. Me pediram muito (para vir) e por isso não os deixei. O que estou dizendo aqui não tem a ver com fofoca, com falar mal de alguém... Isso não nos leva a lugar alguum. Pelo contrário: torna as nossas almas doentes", finalizou.
Ver essa foto no InstagramMeus filhos que amo tanto... Maria, Joaquim, Miguel. Por onde anda Gabriel?
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