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Talytha Pugliesi desabafa sobre assédio de colega de trabalho

Talytha Pugliesi desabafa sobre assédio de colega de trabalho - Foto: Reprodução / Instagram Talytha Pugliesi fez um desabafo em seu Instagram nesta terça-feira

Talytha Pugliesi desabafa sobre assédio de colega de trabalho - Foto: Reprodução / Instagram
Talytha Pugliesi desabafa sobre assédio de colega de trabalho - Foto: Reprodução / Instagram

Redação Publicado em 21/01/2020, às 13h31 - Atualizado às 14h05

Talytha Pugliesi fez um desabafo em seu Instagram nesta terça-feira (21/01) a respeito de um caso de assédio que ela sofreu em novembro, mas só tornou público agora.

Segundo a modelo, o fato aconteceu durante o período em que estava na peça Toda Saudade do Mundo, que tinha no elenco nomes como Paulo VilhenaMarcos Roza e Mariana Barbosa, além da participação de Sérgio Guizé, em vídeo.

No texto, ela escreveu: “No dia 28 de novembro eu sofri assédio de um homem por qual eu tinha confiança e carinho. Fazia uns 4 meses que vinhamos trabalhando juntos e nunca havia acontecido nada do tipo vindo dele”, começou.

Em seguida, ela deu detalhes sobre o ocorrido. “Nós estávamos num evento com outros amigos. Nem sei como ou porquê fui parar naquele lugar. Logo que cheguei quis ir embora mas acabei ficando porque tinha comida e eu comi e bebi bastante. Os amigos foram indo embora e ficamos só nós dois de boa, conversando de projetos futuros e brevemente sobre a vida. Até que ele pegou a minha cabeça, como quem põe a mão atrás da cabeça da pessoa e traz em sua direção pra beijar”, relembrou.

A modelo então relatou que tentou manter a conversa. “Ele pediu desculpas e continuamos conversando. Eu não sei dizer até agora por que eu não levantei e fui embora? Por que eu não gritei, não agredi? Até que mais uma vez, do nada, ele fez o mesmo movimento e me beijou pela terceira vez. Todas as vezes eu o empurrei pra longe. Preciso dizer que eu tava bêbada e chapada. Quando me despedi, ele ainda me disse uma frase que me enoja sempre que penso nela”, comentou. “Ou seja, ele tentou uma quarta vez pra ver se eu ia ceder. Eu entrei no Uber e fui pra casa. Vomitei muito no caminho até em casa e muito mais quando cheguei. Senti muito muito nojo”, relatou a modelo.

 

“Nunca senti tanto ódio na vida”

Talytha comentou como se sentiu no dia seguinte ao assédio. “No dia seguinte mandei mensagem pra ele dizendo que aquilo era um absurdo, que ele tinha me desrespeitado e que eu nunca tinha dado nenhuma abertura para ninguém. Ele se desculpou e eu achei que ficaria tudo bem. Mas não ficou. E não está tudo bem até agora. Nunca senti tanto ódio na vida”, desabafou.

“Eu só pensava em como eu ia contar pro meu marido? E eu precisava contar pra ele pra me sentir melhor porque ele é meu melhor amigo. Mas eu não contei. Contei pra minha terapeuta e na quarta após o episódio eu contei pra uma pessoa – um homem – do nosso grupo que eu acreditava ser a minha pessoa naquele lugar”.

A modelo então falou sobre como começou a falar sobre o assunto para pessoas de sua confiança. “Uma semana depois do acontecido, eu viajei pra encontrar o Lucas, meu marido, que tava viajando a trabalho e só quando cheguei lá eu consegui contar por mensagens de Whatsapp pras minhas irmãs que são as minhas pessoas nesse mundo junto com ele. Mas eu tinha muita vergonha”, explicou.

“E como elas tinham conhecido ele numa apresentação que foram assistir, pensei não falar. Aí foi a primeira vez que eu me percebi cogitando passar pano e fiquei indignada em como essas situações nos deixam coagidas. Mas eu contei a elas, e obviamente, me encorajaram a contar ao meu marido. Eu contei. Imaginem a vergonha e o medo! Um parêntese – eu tenho o MELHOR companheiro do mundo. As minhas irmãs me fizeram entender que era assédio e depois conversando com advogado, soube que dá cadeia”, afirmou.

 

Revelação

Depois, Thalyta disse como revelou o assédio aos membros da peça. “Depois que eu finalmente consegui contar pro boy, comecei explanar. Contei pras outras pessoas do nosso núcleo e explanei no grupo de zap da peça. Após essa explanada e por causa dela, o abusador pediu desculpas pra mim e para os outros atores e todos falamos o que queríamos falar. Me senti melhor mas não o suficiente”.

“Dois dias depois mandei outra mensagem no grupo falando uma última coisa que eu precisava muito falar. Após o assédio eu ainda tive contato com ele mais 3 vezes porque tinha o compromisso do trabalho e nessas vezes eu só falei profissionalmente e nunca mais consegui nem dar a mão como cumprimento. Ele, claro, continuou vivendo como se nada fosse”, explicou.

Foi quando começou a notar algo diferente. “No último dia de apresentação eu cheguei como sempre e percebi que aquela pessoa que foi a primeira que eu procurei pra me abrir, tava me tratando mal e falava com o assediador com acolhimento. Não me pergunte o porquê porque não sei. A única coisa que me vem a cabeça é que alguns poderiam achar que eu estava “overreacting” e “ele já tinha sido homem e pedido desculpas na frente de todos e para todos” (eu ouvi essa frase). Porque é isso, você, vítima, pode reclamar mas não tanto assim né? Só que só quem passou por algo parecido sabe o quanto é necessário”, comentou.

“Esses dias me perguntei como eu atraí isso pra minha vida e a resposta que veio é: eu sou de verdade, feminista de verdade, então eu precisava falar. Por mim e por outras mulheres”, finalizou.

 

Apoio nos comentários

Talytha recebeu apoio maciço nos comentários de sua postagem no Instagram. “Como essa sociedade doente trata as mulheres, as próprias mulheres fazem isso, e como passam pano pros homens, esse assunto tem que ser cada vez mais falado em sociedade, não podemos deixar esses abusadores em paz, nós mulheres sofremos com isso desde sempre”, disse uma delas.

“Se sinta abraçada, parabéns pela coragem .. e por mostrar que ninguém nos cala”, reagiu outra. “Que força a sua e que triste ainda termos de berrar pro mundo que NÃO É NÃO.  Estamos juntas”, declarou mais uma.

Até o momento, Talytha não informou quem seria a pessoa que a assediou – se era ator ou parte da equipe técnica.

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No dia 28 de novembro eu sofri assédio de um homem por qual eu tinha confiança e carinho. Fazia uns 4 meses que vinhamos trabalhando juntos e nunca havia acontecido nada do tipo vindo dele.  Nós estavamos num evento com outros amigos. Nem sei como ou porquê fui parar naquele lugar. Logo que cheguei quis ir embora mas acabei ficando porque tinha comida e eu comi e bebi bastante.  Os amigos foram indo embora e ficamos só nós dois de boa, conversando de projetos futuros e brevemente sobre a vida. Até que ele pegou a minha cabeça, como quem põe a mão atrás da cabeça da pessoa e traz em sua direção pra beijar. Eu empurrei e falei algo do tipo(não me lembro exatamente dos diálogos depois disso): tá doido ou não faz isso ou não viaja. Ele tentou pela segunda vez e eu não faço idéia do que falei. Só me lembro de sentir vergonha. Ele pediu desculpas e continuamos conversando. Eu não sei dizer até agora por que eu não levantei e fui embora? Por que eu não gritei, não agredi? Até que mais uma vez, do nada, ele fez o mesmo movimento e me beijou pela terceira vez. Todas as vezes eu o empurrei pra longe. Preciso dizer que eu tava bebada e chapada. Quando me despedi, ele ainda me disse uma frase que me enoja sempre que penso nela. Ou seja, ele tentou uma quarta vez pra ver se eu ia ceder. Eu entrei no Uber e fui pra casa. Vomitei muito no caminho até em casa e muito mais quando cheguei. Senti muito muito nojo. No dia seguinte mandei msg pra ele dizendo que aquilo era um absurdo, que ele tinha me desrespeitado e que eu nunca tinha dado nenhuma abertura para ninguém. Ele se desculpou e eu achei que ficaria tudo bem. Mas não ficou. E não está tudo bem até agora. Nunca senti tanto ódio na vida. Eu só pensava em como eu ia contar pro meu marido? E eu precisava contar pra ele pra me sentir melhor porque ele é meu melhor amigo. Mas eu não contei. Contei pra minha terapeuta e na quarta após o episódio eu contei pra uma pessoa – um homem – do nosso grupo que eu acreditava ser a minha pessoa naquele lugar. Continua nos comentários:

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