Em outros tempos, Carnaval era só samba, luxo e tapa-sexo. Hoje, é visibilidade, estratégia e engajamento. O que antes era desfile, virou caminho para a fama. Das avenidas do Rio e São Paulo, o que se vê é um verdadeiro reality show. Um “BBB sem confinamento”, com milhões de olhares decidindo, em tempo real, quem vai ser a nova queridinha do Brasil.
A fórmula é simples: quem brilha, ganha manchete. E no Carnaval, brilhar vai muito além do glitter. É sobre atitude, presença, carisma — e saber a hora certa de virar meme ou de lançar uma polêmica.
Entre um ensaio técnico e um desfile apoteótico, surgem as novas personagens do entretenimento: modelos que viram celebridades, influenciadoras que viram musas, e anônimas que, com um look, uma frase, um flagra ou atitude conquistam o feed inteiro e viralizam por aí.
Quer exemplos? Gracyanne Barbosa, Sabrina Sato, Viviane Araújo, Paolla Oliveira, Lexa, Tati Minerato, Erika Schneider… todas entenderam o jogo e tornaram o Carnaval um trampolim para consolidar — ou reinventar — suas carreiras. E isso é muito positivo! No Carnaval, a fama é performance. A fantasia é o personagem, o corpo é a atenção, e o público, o jurado.
Hoje, ninguém desfila só por nota — desfila também por popularidade, status e engajamento. Vale o flash, o meme, o print, o “olha isso aqui” no grupo de WhatsApp. O Carnaval é o reality da vida real: ninguém é eliminado, mas todo mundo quer ser o assunto da vez.
E tem uma geração nova chegando afiada. As musas de agora se preparam o ano inteiro para uma fama bem calculada. Dieta, treino, mídia, stylist, planejamento de posts, até o ângulo do sorriso no recuo da bateria é pensado. Porque Carnaval é vitrine global — e quem sabe usar, vai longe.
E não é raro que a exposição gere contratos, presenças VIP, realities e até convites internacionais — afinal, o Carnaval é um fenômeno brasileiro. Todas as musas dessa geração já entenderam que Carnaval não é só desfile. É lançamento de personagem, e cada personagem quer o seu spin-off.
No fim das contas, o Carnaval continua sendo o que sempre foi: exagero, liberdade e brilho. Mas também é um espelho da nossa era — um palco onde fama, beleza e narrativa sambam juntas. E entre o tamborim e o feed, a verdade é só uma: no Carnaval, ninguém some. Todo mundo aparece.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do CENAPOP.
