Ator sofreu ataques racistas vindos do público durante participação na saga; atrizes também relataram ataques sexistas
Redação Publicado em 09/11/2020, às 10h40
John Boyega, intérprete de Finn na nova trilogia Star Wars, tem se tornado uma voz crítica ao sexismo e ao racismo dentro da indústria do entretenimento norte-americana.
O ator deu uma entrevista para a revista GQ onde falou sobre sua experiência dentro de uma das sagas mais amadas pelo público, mas que ficou no centro de uma polêmica por conta do último filme, A Ascensão Skywalker, que deu pouca ênfase a história do personagem de Boyega e de Rose, interpretada com Kelly Marie Tran.
A importância da história dos dois, construída no filme anterior, Os Últimos Jedi, foi limada na sequência dirigida por J. J. Abrams. Entre um longa e outro, Boyega e Tran, além de outra protagonista, Daisy Ridley, foram vítimas de ataques sexistas e racistas nas redes sociais.
"Quando um de seus atores, especialmente um ator que é tão proeminente na história, é anunciado como parte de sua franquia, e então tem uma grande reação racial e recebe abusos online e isso começa a formar uma sombra sobre o que deveria ser um presente incrível, é importante para os estúdios darem definitivamente sua voz, darem seu apoio a isso e ter um senso de solidariedade não apenas aos olhos do público, mas no local no set", explicou o artista.
Boyega também contou como se sentiu com a versão de Colin Trevorrow, que dirigia A Ascensão Skywalker com uma outra visão a respeito dos personagens, mas foi dispensado antes das câmeras começarem a rodar.
Nessa versão, Finn libertaria os Stormtroopers. "Acho que Colin Trevorrow iria contar essa história. Aquela imagem de Finn com a bandeira azul, e você tem os AT-ATs alinhados com marcas tribais, e os stormtroopers tiram seus capacetes. Isso teria sido doentio! Isso teria sido demais, cara", lamentou.
“Achei importante falar sobre uma verdade sobre a qual é constrangedor falar”, prosseguiu Boyega. "Todos nós sabemos que o que torna os papéis tão lucrativos são os momentos que lhe são dados. Se o Capitão América não tiver cenas para aumentar sua representação e torná-lo agradável para vocês, não vamos achar que ele é legal. Por que personagens negros e atores negros também não deveriam lutar por esse mesmo tipo de representação?", questionou.
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