Denúncia foi aberta pelo vereador Gabriel Monteiro, do Rio
Redação Publicado em 21/01/2022, às 10h46
Nego Di, de 27 anos, foi denunciado ao Ministério Público pelo vereador Gabriel Monteiro, do Rio, após fazer chacota com o vídeo íntimo vazado na web de Natália Deoadato, do BBB 22. Após o video viralizar, ele teve seu Instagram suspenso por violar as diretrizes da plataforma.
Na gravação, ele zomba das imagens em que Natália aparece fazendo sexo oral e também a chama de Dálmata por conta de seu vitiligo:
“Que goela bem aveludada, hein, morena! Curiosidades do dia: eu não sabia que Dálmata gostava de chimarrão”, disse ele.
Incomodado com a postura de Nego Di, o vereador Gabriel Monteiro publicou um vídeo em seu Instagram no qual revela que recorreu ao MP:
“Que Nego Di é um comediante sem graça, vilão do humor, isso é mais notório que sua impopularidade. Hoje deliberadamente começou a ofender implicitamente a Natália, a chamando de ‘Dálmata’ por sua doença vitiligo e detalhe: achou bonito o vídeo dela ser vazado, após ela ser ameaçada por dois anos. Com pessoas assim a gente não perde tempo xingando no direct: a gente denuncia no MP. Se você acha isso certo, pensa que poderia ser com sua filha, que vá fazer graça na cadeia e não no Instagram”, disse Gabriel, que também é youtuber.
Nas redes sociais, o humorista publicou um vídeo para rebater o vereador Gabriel Monteiro:
“Teve um youtuber/vereador/fiasquento dizendo que sou criminoso e que devo ir pra cadeia, e que me denunciou ao Ministério Público. Um rapaz chamado Gabriel Monteiro fez um vídeo querendo se promover em cima da polêmica. Aí fui dar uma pesquisada sobre ele, então tá aqui: esse youtuber/vereador já foi expulso da polícia militar por deserção, já foi penalizado por porte de arma fora de serviço, faltas injustificadas, quebra de hierarquia, bastante coisa, hein!”, diz ele.
“Se eu sou criminoso, o que sobra pra ti, Gabriel Monteiro? Em que momento tu trabalha? Em que momento tu exerce a sua função? Transfobia não é crime, é tranquilo?”, continuou, referindo-se ao episódio em que o vereador se recusa a se referir a uma trans como “ela” e a chama de “homem”.
No Twitter, a equipe de Natália Deodato se manifestou, mas não chegou a citar o nome de Nego Di.
“Nota atrás de nota e a equipe tá como? Igual o colunista do jornal rs. Chegou pra nossa equipe alguns perfis que estavam expondo e reproduzindo preconceito contra a Naty, esses perfis já foram suspensos das redes e incluídos no processo legal. Sabemos que a Naty é uma mulher preta e também uma mulher que tem uma condição chamada vitiligo, sendo assim, muitas pessoas estão pegando essas características e usando como pretexto para criticá-la.
A equipe e a família estão acompanhando o programa e tbm vendo tudo o que está sendo falado, não se preocupem, nós temos acesso à internet rs. Existem falas equivocadas? Sim. Assim como outros participantes tiveram,mas isso não é pretexto para reprodução de preconceito (com ninguém). Esse tipo de situação só está nos mostrando quão o racismo e o machismo são estruturais, né? O reality show é um jogo, e que tal aqui fora nós sermos mais justos e menos preconceituosos? Em menos de uma semana, já estão tentando construir uma imagem inaceitável da Naty aqui fora, e isso é muito problemático, tendo em vista que ter falas equivocadas não é uma exclusividade dela, mas infelizmente; só ela foi pega para Cristo. O programa tá só começando e a Naty ainda terá tempo de conhecer os outros participantes, ter conversas, brincadeiras e até discussões, talvez.
Mas nós, daqui de fora, estamos apenas tranquilos porque sabemos que ela é uma pessoa compreensiva e flexível para reparar seus erros. Ela irá com certeza se retratar e conversar sobre todos esses equívocos para conseguir se construir uma pessoa ainda melhor a partir da participação no programa. Tudo isso que concluímos, não significa passar pano ou ignorar falas questionáveis sobre questões político-sociais (inclusive ninguém deveria ignorar isso) a questão é que muitas falas não existem só no reality, mas em vários cenários ao nosso redor, e também vindas de muitos de nós, sendo assim, nós enquanto sociedade precisamos ser compreensíveis em relação ao tempo do outro, principalmente se tratando de pessoas que fazem parte de alguns grupos sociais desprivilegiados.
Cada um está no seu processo e muitos de nós não somos ensinados sobre a nossa própria história. Todas as pessoas têm o direito de se equivocar em algum momento, mas também precisam ter a oportunidade de aprender; isso se chama construção pessoal e acontece durante toda a vida. Reproduzir preconceito, zombar e difamar não é crítica construtiva, é crime! Equipe ND”.
COLUNISTAS