Victor Cavalcanti no set de Medicina, seu novo single - Foto: Reprodução Criado em igreja evangélica, Victor Cavalcanti ouviu desde muito novo que sua
Redação Publicado em 26/01/2019, às 22h43 - Atualizado às 22h50
Criado em igreja evangélica, Victor Cavalcanti ouviu desde muito novo que sua sexualidade era uma doença ou ‘coisa do demônio’.
Como em qualquer adolescente, esses pensamentos deixaram-o confuso e triste. Os anos passaram, e o artista, responsável pelo trabalho conceitual Caos: Sobre Coroas, Livros e Chaves (de 2017) usou esses sentimentos como combustível para criar o single “Medicina”. A faixa pop dançante, com muita influência brasileira, questiona o exercício dos conservadores em julgar a homossexualidade como algo doente ou perverso.
Em declaração, Cavalcanti comentou sobre essa questão:
“Quando existe uma ‘terapia’ para deixar de ser gay, é, não indiretamente, mas completamente direta a mensagem de que ser gay significa ser doente. Permitir que isso exista é um ato completamente homofóbico, e um ataque à quem quer aceitar-se e não deixam-o. Eu estive na igreja, e ouvi de muita gente que eu era gay por minha vontade, pois havia cura para aquilo, eu que não queria. Permitir isso é nocivo e perigoso”.
Para quem não se lembra da polêmica a respeito da cura gay, a gente ajuda a refrescar a memória: em setembro de 2017, o juiz da 14ª Vara Federal no Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, assinou uma liminar autorizando psicólogos a oferecerem a terapia de reversão sexual. Essa atitude foi um enorme retrocesso aos avanços tidos em 1990 com retirada da homossexualidade da lista de doenças pela OMS, e até a proibição do mesmo exercício em 1999.
Além do lançamento do single, que está disponível em todas as plataformas digitais, Victor Cavalcanti também lançou um videoclipe. Veja a obra e ouça a música clicando aqui.
Volta, novo trabalho de Victor Cavalcanti, mistura vulnerabilidade e maturidade em faixa emocional