Do hip-hop da Zona Norte ao line-up dos maiores eventos, a artista carioca mostra que talento e resistência caminham juntos
Mundo Pop Publicado em 20/06/2025, às 14h30
Tamy Reis é daquelas artistas que chegam, entregam e marcam. O nome em destaque em grandes festivais, como Afropunk, Numanice e Tardezinha, é fruto de uma jornada de mais de 15 anos. DJ, influenciadora e apresentadora carioca, ela começou cedo, ainda criança, já demonstrava paixão pela música imitando cantores com o que tivesse à mão.
A entrada no universo do hip-hop veio por volta de 2007, em eventos da CUFA, na Zona Norte do Rio. Tamy conta que o maior desafio foi acessar os espaços, estar presente, se afirmar como uma DJ talentosa, que entrega, mesmo fugindo dos padrões da cena.
Com formação em canto, piano, violão e teclado, foi nas pick-ups, aos 18 anos, que encontrou seu caminho. Aos 24, percebeu que a música seria mais que uma paixão, seria sua profissão. Desde então, foram muitas barreiras
enfrentadas, de gênero, raça, geográficas, e todas vencidas com talento, consistência e originalidade.
“Foi nesse momento que caiu a ficha: eu posso viver disso”, conta a artista, que celebra o sucesso do seu primeiro EP, Baile da Tamy, uma mistura potente das sonoridades urbanas, do poder feminino e da cultura de pista, unindo rap, pop, house, R&B e boombap. “É uma obra minha que está na pista. É o meu som, minha identidade, minha entrega”, complementa.
Com participações de Izrra, Shury, WJ, Loh, Aísha, Afrodite BXD, o EP se destaca pela diversidade de estilos. Mais que domínio técnico, Tamy une som, discurso, sensibilidade estética, presença de palco e afeto de maneira singular, o que a torna muito mais que uma performer, mas uma artista que constrói seu trabalho com presença, força e originalidade.
“Quando eu comecei, não via ninguém igual a mim. Hoje tem, e isso me valida, me fortalece como produtora e artista. Não é só sobre mim, é sobre todas nós” afirma Tamy. Presente nos grandes line-ups do país, a DJ representa uma geração de artistas pretas que não apenas ocupam espaços, elas os ressignificam.
É dessa forma que DJ Tamy faz história pela música, sim, mas também pela maneira como transforma cada pista em um espaço de encontro, escuta e identidade. E seu lugar em grandes festivais do país confirma: o palco não é um destino recente, é onde ela sempre pertenceu.