Bailarina do Faustão também fala sobre negras famosas que ela tem como referência
Redação Publicado em 23/04/2021, às 13h30
Ao que tudo indica, o programa Domingão do Faustão está com os meses contados. Com 32 anos no ar, um de seus triunfos foi ter promovido uma maior diversidade de mulheres na televisão brasileira por meio de seu grupo de bailarinas.
Nathália Zannin, que trabalha no programa há 6 anos, se sente realizada pela visibilidade que alcançou na televisão e ainda reconhece a importância de sua representatividade enquanto mulher negra.
“Aparecer semanalmente na televisão é algo poderoso porque sei que isso impacta milhões de telespectadores. Atualmente, sinto isso principalmente pelas mensagens que recebo no Instagram”, afirma.
Ela também observa que se tornou uma referência para suas seguidoras e entende que esse papel envolve muita responsabilidade. “Gosto de enaltecer a beleza delas e apoiá-las, para que percam a insegurança e se valorizem”, explica.
Durante sua infância, a questão da representatividade não estava em pauta na mídia. Nessa época, algumas celebridades a inspiravam. “Quando criança, amava ver a Taís Araújo e Camila Pitanga. Hoje, várias outras mulheres pretas maravilhosas me inspiram. Djamila Ribeiro é uma delas”, comenta.
Nathália, sempre que pode, fala sobre assuntos que giram em torno do movimento negro. Contudo, confessa que nem sempre é fácil. Em certos momentos, chega a ser cansativo. “Infelizmente não é todo mundo que está aberto para ouvir. Mesmo assim, não posso deixar de me posicionar, pois, ao me calar, estarei apenas fortalecendo o racismo estrutural. Porém, para o bem da minha saúde mental, às vezes apenas me retiro”, pontua.
Ela também chama a atenção para a valorização da dança ao longo dos anos. Ela enxerga o Domingão do Faustão como uma grande vitrine para inúmeros talentos brasileiros.
“Sou muito feliz por trabalhar com dança no Domingão porque é um programa que valoriza a arte, cultura, música e entretenimento. Hoje em dia, com as redes sociais, a dança vem ganhando um espaço maior e tenho esperança de que um dia seja mais valorizada não só no Brasil, como no mundo inteiro”, acrescenta.