Fábio Alves relata perseguição na Porto da Pedra: "Chegaram a dizer que eu era a chacota do Carnaval"

Além de muso, ele era coreógrafo da agremiação e se destacava por ter um bumbum de 116cm

Redação Publicado em 12/07/2021, às 17h52

Fábio Alves saiu da Porto da Pedra, onde brilhou por anos - Foto: Reprodução / Charlinhos / Carol Carmelo

Fábio Alves deu adeus aos postos de muso e de coreógrafo da escola de samba Porto da Pedra. Ele estava na agremiação desde 2015.

O enfermeiro e sambista relatou que foi perseguido em todos os anos por diretores de harmonia e carnaval da escola, que faziam de tudo para ele não desfilar.

"Diminuíam meu trabalho dizendo que eu não era bom para ir aonde eu ia. Também não deixavam o carnavalesco fazer as minhas fantasias, apenas faltando 15 dias para o carnaval", explicou ele.

Em todos os anos que desfilou, Fábio se destacava na mídia. Mas, segundo ele, isso incomodava a escola. O que segurava o enfermeiro no posto era a comunidade.

Fizeram uma reunião comigo onde falaram que não gostaram das matérias porque estava com a data do dia do desfile errado. Mas o que eles não gostavam era que eu era o mais falado da escola. A assessoria da escola, junto com eles, chegou a dizer que eu era a chacota do Carnaval. Era um terror psicológico muito grande. A comunidade me ama e isso me fazia mantinha na escola.

Fábio disse que não vai desfilar na escola no ano de 2022 por querer mostrar seu trabalho, já que os diretores sempre atrapalhavam tentando tirá-lo do foco da mídia.

"Estou a procura de uma escola que me respeite e não tenha preconceito quanto o sexo e nem gênero de ninguém. Eu fui um dos maiores destaques do Brasil por anos, sendo eleito melhor coreógrafo de ala e melhor destaque inclusive no último carnaval. Merecia ser mais respeitado na escola. Coisa que não aconteceu", ponderou.

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