Voluntário em presídios há 30 anos, Drauzio Varella diz: “É o único lugar onde a mulher tem liberdade sexual”

Convidado do Conversa com Bial desta sexta-feira (12/05), Drauzio Varella promete revelar algumas de suas experiências nos presídios de todo o Brasil.

Médico voluntário do sistema carcerário há 30 anos, ele está há pelo menos uma década reunindo material para o seu mais novo livro, Presidiárias, o último da trilogia que inclui os sucessos Estação Carandiru e Carcereiros.

Na entrevista com Pedro Bial, Drauzio contou que só entende a cadeia, que está lá com os presos: “Para entender a cadeia, é preciso passar um bom tempo junto com eles, os presos”, disse.

Focado em histórias de presidiárias, seu novo livro abordará a vida das mulheres no cárcere:

“O primeiro sinal de que você está em um presídio feminino é o tamanho da fila em dia de visita. As detentas são abandonadas pelos namorados, maridos, pelas mães. Os homens visitam muito pouco as mulheres”, contou.

No bate-papo, Drauzio aborda um aspecto crucial na vida das mulheres, presas ou não; a liberdade.

“Toda mulher é aprisionada de alguma forma, desde sempre. Ela é limitada pela família, tem que se comportar de maneira diferente, não pode andar sozinha na rua quando for muito tarde. A cadeia é o único lugar em que a mulher tem liberdade sexual”, refletiu Drauzio.