CCXP 2019: Homenageado, Cao Hamburger detona governo: "Pior que Doutor Abobrinha" - Foto: Reprodução/CCXP Criador do Castelo Rá-Tim-Bum, um dos maiores
Redação Publicado em 06/12/2019, às 00h44
Criador do Castelo Rá-Tim-Bum, um dos maiores clássicos infantis da história da televisão brasileira, Cao Hamburger recebeu uma justa homenagem na CCXP 2019 nesta quinta-feira (05/12).
O diretor e roteirista foi escolhido como homenageado da edição deste ano, e o painel que trouxe sua participação foi o que abriu os trabalhos da CCXP em 2019. No palco, Hamburger relembrou a produção de 1994, que completou 25 anos e continua bem viva na memória afetiva de várias gerações.
Segundo ele, o Castelo foi idealizado como um lugar que guarda tudo de melhor que existe no mundo, principalmente em relação à arte, ciência e conhecimento. Nesse momento, Cao teceu duas críticas ao atual governo brasileiro, fazendo um paralelo com os personagens de sua famosa série.
“Os vilões que gostariam de destruir o Castelo são piores do que o Doutor Abobrinha. São pessoas que cuidam da ciência e da educação no Brasil. O pessoal do Castelo sofreria mais”, afirmou no palco, fazendo referência aos bruxos Doutor Victor e Morgana, interpretados por Sérgio Mamberti e Rosi Campos. O vilão Doutor Abobrinha foi interpretado por Pascoal da Conceição.
Ao fazer a declaração, Cao terminou recebendo efusivos aplausos do público presente.
Pouco depois, Cao voltou a criticar o novo governo brasileiro ao comentar a importância do investimento em educação no Brasil. Ele se mostrou orgulhoso em ter feito um programa infantil que tenha atingido um grande público e que é lembrado até os dias de hoje, mas em sua opinião, a responsabilidade de dar educação de qualidade não é da arte, mas sim do governo.
“Educação não depende do entretenimento, deve ser a coisa mais importante num país decente. A gente tá num período desacreditado, é um pesadelo a educação no Brasil. A gente tem que chamar a atenção pra isso, e a sociedade tem que pressionar para que os governos priorizem a educação pública”, comentou, afirmando que apenas 16% dos estudantes do país tem acesso a ensino particular. O restante está em escola pública.
Ao fim da homenagem, Cao pediu para que o público ficasse de pé para homenagear os nove mortos na desastrada operação policial em Paraisópolis, ocorrido no último fim de semana. O público obedeceu e aplaudiu muito a atitude do diretor, que se mostrou sensibilizado pela morte dos jovens.
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