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Anitta critica ação policial em baile funk e desabafa: “E se entrasse atirando em quem rouba no governo?”

Anitta recorreu ao Instagram, nesta terça-feira (03/12), para falar sobre o tumulto no baile funk da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, no último domingo (1º), que terminou com 9 mortos...

Anitta criticou ação no baile funk na comunidade de Paraisópolis e desabafou em vídeo - Foto: Reprodução/ Instagram
Anitta criticou ação no baile funk na comunidade de Paraisópolis e desabafou em vídeo - Foto: Reprodução/ Instagram

Redação Publicado em 03/12/2019, às 18h31 - Atualizado às 18h46

Anitta recorreu ao Instagram, nesta terça-feira (03/12), para falar sobre o tumulto no baile funk da comunidade de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, no último domingo (1º), que terminou com 9 mortos.

Na rede social, a cantora contou que costumava ir com a mãe a o irmão em “festas de favela” no início de sua carreira, e que os três poderiam ter sido vítimas se o mesmo tivesse acontecido na época:

“A única coisa que eu consigo pensar, é que se fosse alguns anos atrás, poderia ter sido eu, minha mãe e meu irmão. Uma das coisas que a gente mais fazia quando eu estava começando era cantar em baile de favela, festa de favela, poderia ter sido um de nós. Sem palavras”, disse a cantora.

No longo desabafo, Anitta tentou comparar a ação da polícia no baile funk da comunidade de Paraisópolis com a realidade dos grandes festivais de música:

“O fato de ser uma festa com presença de drogas ilícitas e criminosos não justifica o fato de chegar atirando. ‘Ah, mas os bandidos estavam em perseguição e correram para a festa porque sabiam que iriam servir de escudo’. E se fosse em um superfestival respeitado? Iriam entrar atirando? Vários festivais respeitados tem drogas, um monte de gente roubando. Entram atirando? Não né. É diferente. Para muitas pessoas [o funk] é coisa de vagabundo, de baixo conteúdo, de gente que não tem o que fazer. É complicado esse preconceito”, opinou.

Em seguida, a artista disse que admira a profissão de policial militar, e ressaltou que muitas das pessoas que estavam presentes no baile funk não tem acesso a outro tipo de entretenimento:

“Admiro e dou valor à profissão do policial militar. Eu tenho um irmão militar hoje em dia, descobri um irmão militar, tenho orgulho da disciplina, do caráter e do trabalho. Realmente a finalidade é fazer nossa segurança, tenho amigos policiais. Acho que isso é uma coisa do governo mesmo, sabe? De como fazem a gente encarar as coisas. Se a letra é o que é, se as pessoas não tem condição de curtir entretenimento em outro lugar, é porque não têm acesso a outras coisas, gente. Anos atrás era eu, minha mãe e meu irmão. Não era mais fácil dar uma educação de qualidade?”, questionou.

Ao final, a cantora ainda alfinetou o governo, cobrou educação e falou sobre as pessoas que roubam em cargo público:

“A educação dá acesso para as pessoas. Imagina se entrar atirando nesse povo que rouba dinheiro público, em cargo público. Roubou dinheiro público é criminoso, não é? Esse povo aí instruído é criminoso. Como é que você quer que alguém que você não nem escola seja diferente?”, completou.