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“O meu lado feminino empodera o masculino”, diz Silvero Pereira, após aparecer vestido de mulher em premiação

Silvero Pereira mostrou sua versão feminina em evento - Foto: reprodução/ Instagram Silvério Pereira roubou a cena ao comparecer ao Men of The Year, premiação

Silvero Pereira mostrou sua versão feminina em evento - Foto: reprodução/ Instagram
Silvero Pereira mostrou sua versão feminina em evento - Foto: reprodução/ Instagram

Redação Publicado em 29/11/2019, às 09h07 - Atualizado às 09h38

Silvério Pereira roubou a cena ao comparecer ao Men of The Year, premiação promovida pela revista GQ Brasil e realizada no Copacabana Palace, na última quinta-feira (28/11), como Gisele Almodovar, sua versão feminina.

Um dos 13 premiados na ocasião, o ator – que levou a estatueta de Homem do Ano na categoria Cinema, por seu trabalho no longa Bacurau, no qual fez o cangaceiro Lunga – o ator contou que não tem gênero e que Gisele é uma homenagem a todas as mulheres do Brasil:

“Eu sou agênero, sou não binário. Ganhei um prêmio como homem, mas não queria deixar de fora Gisele. É também uma homenagem a todas as mulheres desse Brasil”, explicou à coluna de Fábia Oliveira, do jornal O Dia.

Silvério, que estourou na TV após interpretar o motorista Nonato em A Força do Querer (2017), fez um discurso emocionante ao subir o palco para receber o prêmio.

Em vídeo, o artista falou sobre “esperança”, lembrou de sua mãe e de suas origens, e deixou um belo recado de incentivo:

“Nessa noite eu gostaria de homenagear a minha mãe. Eu peço que vocês escutem. Algumas pessoas, talvez, eu espero que esteja bem ‘enganadi’, se perguntam; ‘como alguém pode vir a um prêmio chamado homens do ano vestida dessa forma?. É para afrontar, aparecer, ganhar likes?’. Não. É apenas pelo direito de liberdade”, começou.

“Eu sou de 82, sertão do Ceará. Passei fome e cede no meu corpo, eu sei exatamente o que é passar fome, e passar cede, a falta de água. Estudei a minha vida inteira em escola pública, fui violentado socialmente em diversos âmbitos. Hoje estou aqui, como quem olha para essa criança e diz ‘hello, little man’. Você sabe que um dia você estará no meio de várias personalidades, dentre elas Anitta […] e tantas outras pessoas. Se eu estou assim hoje, é porque uma mulher fez isso por mim. Uma mulher lavadeira, uma vó cabocla, uma vó indígena, um avô negro e um avô branco, dos olhos azuis”, continuou.

“Se eu estou aqui hoje, desse jeito, é porque em diversos momentos disseram que eu não podia. E é só por isso, porque meu lado feminino, empodera o masculino. E foi por isso que eu decidi vir assim”, completou.