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Entenda o que é a psoríase, doença autoimune que afeta Kim Kardashian e milhares de pessoas

Kim Kardashian é uma das celebridades que sofrem de psoríase - Foto: Reprodução/Instagram Neste domingo (17), Kim Kardashian apareceu no Instagram de um jeito

Kim Kardashian é uma das celebridades que sofrem de psoríase - Foto: Reprodução/Instagram
Kim Kardashian é uma das celebridades que sofrem de psoríase - Foto: Reprodução/Instagram

Redação Publicado em 17/03/2019, às 16h16 - Atualizado às 16h16

Neste domingo (17), Kim Kardashian apareceu no Instagram de um jeito diferente. Ela mostrou as consequências da psoríase, uma doença de pele da qual ela sofre, em seu rosto.

Esse, que é um problema de saúde pouco conhecido do público em geral, afeta diversas pessoas ao redor do mundo. Chega a ser considerada relativamente comum. Infelizmente, ela ainda não tem cura, e apesar de não ser contagiosa, ela pode causar diversos problemas de autoestima, pois afeta diretamente a imagem do indivíduo.

Kim, por exemplo, já deu algumas entrevistas falando sobre como a psoríase afetou a forma como ela se vê e também a preocupação sobre o que as pessoas à sua volta podem achar do problema.

Aqui, vamos falar um pouco sobre essa doença de pele, que afeta famosos e anônimos, ricos e pobres, homens e mulheres. A psoríase não escolhe suas vítimas. Entretanto, com os cuidados certos, é possível levar uma vida sem maiores consequências.

 

O que é a psoríase?

A psoríase é uma doença de pele, de origem inflamatória e autoimune, que atinge certa de 3% da população mundial. Considerando os números atuais, a previsão é de que 125 milhões de pessoas sofrem com ela. Só aqui no Brasil, são 5 milhões de homens e mulheres atingidos pela psoríase. Ela não tem idade para aparecer – entretanto, a faixa mais comum é antes dos 30 anos ou depois dos 50.

A doença se torna visível através de lesões na extensão da pele. Elas se parecem com machucados, que podem variar de tamanho. Uns apresentam manchas pequenas e constantes, enquanto outros podem surgir com feridas maiores, que se assemelham a machucados comuns – a não ser pelas “bordas” esbranquiçadas, tendo apenas o seu núcleo em vermelho-claro. Essas são conhecidas como “psoríase em placa”, que atinge cerca de 90% das pessoas que possuem a doença, que se manifesta especialmente no couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

Não existe apenas um tipo de psoríase. Uma pessoa pode ter a psoríase eritrodérmica (que atinge o corpo inteiro), psoríase invertida (que atinge as dobras), psoríase palmoplantar (que surge nas plantas das mãos e pés) ou até mesmo uma forma mais rara, a psoríase pustulosa (em que as manchas são acompanhadas de pus). Geralmente, quem sofre de psoríase também encontra problemas nas unhas, que podem ser acometidas por descolamento e deformação.

 

Como surge a psoríase?

Não existe uma causa definidora para o surgimento da psoríase, pois ela é multifatorial. Ou seja: para que ela surja, é preciso ter uma série de disposições fatoriais conjuntas. Por exemplo: a pré-disposição genética é um dado importante. Em geral, famílias que já possuem algum membro com psoríase tem chances maiores de desenvolver a doença. Além disso, existem fatores desencadeantes, como o estresse, fumar ou beber muito, traumas físicos (como tatuagens, por exemplo) e infecções (principalmente as de garganta). Alguns medicamentos, climas secos e frios e o ressecamento da pele também podem ser considerados fatores que levam ao desenvolvimento da psoríase.

É sempre bom lembrar: a psoríase não é contagiosa. Nenhuma das manchas que surgem pelo corpo não transmitem a doença para outros. Mesmo o contato com o sangue de alguma ferida causada pela psoríase não traz nenhum efeito colateral para alguém que não a possui. Entretanto, o preconceito causa um enorme efeito na vida das pessoas.

 

É possível ter uma vida normal

Em algum momento, toda pessoa que possui psoríase acaba sofrendo algum tipo de constrangimento por conta do preconceito. Em muitos casos, as manchas não são visualmente agradáveis de se ver; entretanto, como não existe nenhum chance delas afetarem a saúde de pessoas que entram em contato com elas, o maior problema está na forma como os outros a enxergam.

Existem muitos relatos sobre como a psoríase afeta a vida pessoal das pessoas que são acometidas por essa enfermidade. Jeane Letícia de Oliveira, que deu um depoimento ao CENAPOP semana passada para falar sobre cães e gatos idosos, sofre com a psoríase desde os 28 anos, quando notou o surgimento de manchas iguais a “cascas” em seus cotovelos.

Eu já estava casada há 8 anos quando notei as manchas. Sem contar para ninguém, fui a um dermatologista já sabendo que tinha psoríase, porque meu pai tem a doença e eu já conhecia como ela se manifestava no corpo. Mesmo assim, quando saiu o diagnóstico oficial, foi um choque.

Ela conta que, dentro da sua família, ela recebeu muito apoio. Ela, que fumava e bebia, teve que diminuir drasticamente o consumo desses materiais para controlar a psoríase eritrodérmica que desenvolveu. Porém, fora do ambiente familiar, ela diz ter sofrido bastante.

Jeane Letícia de Oliveira, que sofre com psoríase desde os 28 anos – Foto: Reprodução

O maior problema era ter vergonha de sair de casa. Tem épocas em que as manchas crescem muito e se tornam ainda mais vermelhas. Isso acontece geralmente no inverno. E não tinha como esconder. A psoríase apareceu até no meu rosto, então eu tinha vergonha mesmo de sair. É difícil, ainda mais para uma mulher, ter esse problema na aparência. A gente se sente diminuída. Entrei em depressão, fiquei mal mesmo. Com o tempo, fui absorvendo o impacto e procurando formas de tratamento que ajudassem a melhorar a situação. Umas deram certo, outras não. Mas sigo tentando.

Hoje, Letícia vê a psoríase com muito mais naturalidade. A pior fase – a depressão que surge por conta da aparência das manchas – já passou. A conclusão, portanto, não poderia ser outra: com o tratamento adequado, tanto para a psoríase quanto para o psicológico, é possível ter uma boa qualidade de vida.