FAMOSOS

Elza Soares conta como foi o momento em que começou a descobrir o racismo

Elza Soares na revista "Sexy" - Foto: João Wainer/ Divulgação Elza Soares falou sobre assuntos delicados em sua entrevista para a revista Sexy de dezembro.

Elza Soares na revista “Sexy” - Foto: João Wainer/ Divulgação
Elza Soares na revista “Sexy” - Foto: João Wainer/ Divulgação

Redação Publicado em 03/12/2015, às 14h38 - Atualizado às 15h06

Elza Soares falou sobre assuntos delicados em sua entrevista para a revista Sexy de dezembro. Grande ícone da música brasileira, ela comentou seu novo álbum, A Mulher do Fim do Mundo, a perda do filho e também sobre racismo.

Em seu novo trabalho, a cantora mostra que continua com todo gás: “Estou muito otimista porque é um disco de inéditas. Os arranjos são muito modernos. A gente não pode ficar no mesmo lugar, né? A música é tão grande, é tão volumosa, que você não alcança nunca. Eu quero buscar, eu vou longe, eu quero saber onde que tá. Isso tem me prejudicado um bocadinho também, sabe…”.

Neste ano, ela passou por momentos difíceis com a morte do filho Gilson Soares, de 59 anos: “Estou ainda me segurando muito, porque tem dois meses que perdi um filho. Estou ainda suspirando bastante forte, dói muito. Mas não pude fazer nada. A música tem sido minha terapia. E eu também tive a ajuda de uma amiga muito, muito querida, a Tânia Alves (cantora e atriz), dona do spa Maria Bonita. Eu fui pra lá pra me recompor. Pra me achar, porque eu não sabia onde estava pisando”.

Elza Soares comenta o racismo na revista “Sexy” – Foto: João Wainer / Divulgação

O racismo também foi um dos assuntos da conversa. Ela revelou um dos momentos que viveu no qual começou a sentir o que era o preconceito:

“Desde criança. A minha mãe era lavadeira e não podia entrar pela porta principal do prédio. Ela só usava o elevador dos fundos. Até que um dia um porteiro, por maldade, falou com minha mãe que ela podia entrar no prédio. Mas ele não nos avisou que o elevador de serviço estava escangalhado. Minha mãe caiu no fosso. Eu gritei muito, fiquei desesperada, fiquei feito louca pra que tirassem minha mãe de lá. Quando tiraram, ela estava toda arranhada e ele disse: ‘Vai ter que ser esse elevador, vocês não podem usar o outro. Aquele é o elevador principal’. Ali, eu já comecei a sentir que tinha alguma coisa estranha. Não sabia que era racismo, lógico, mas já senti algo estranho”.