Música

Beyoncé do Pará tinha medo de ser comparada com a original

Os apelidos "Diva do tecnobrega" e "Beyoncé do Pará" grudaram em Gaby Amarantos, de 33 anos, que ganhou fama ao ao improvisar uma versão da música Single Ladies

Imagem Beyoncé do Pará tinha medo de ser comparada com a original

Redação Publicado em 06/12/2011, às 10h17

Os apelidos “Diva do tecnobrega” e “Beyoncé do Pará” grudaram em Gaby Amarantos, de 33 anos, que ganhou fama ao ao improvisar uma versão da música Single Ladies e colocar no ar um clipe que conta sua própria história: a garota da periferia do norte do Brasil que lança disco solo e está decidida a ganhar o mundo sem sair do bairro do Jurunas, em Belém.

“Quando vi nos jornais ‘Beyoncé do Pará’, ‘O Brasil tem sua Beyoncé’, tive medo de as pessoas acharem que eu era uma cover, de que toda a minha história fosse jogada no lixo. Mas falei: ‘Vou encarar porque sei do meu potencial!’. E as pessoas agora já sabem quem é Gaby Amarantos.”

“Hoje consigo transitar por todos esses universos. Isso me faz ser uma camaleoa, que pode se sair bem em qualquer situação. A pessoa da periferia é muito bem preparada porque enfrenta mais dificuldades, então aprende a lidar com várias situações. Você já viu de perto a fome, a criminalidade, o preconceito, a falta de saneamento, de condições para ter uma boa educação. Então, o que vier, pode jogar no peito que eu me garanto.”

“A pessoa da periferia é tão acostumada com o negativo, que quando tem uma oportunidade vai dar importância para o que tem de bom.”

“Gosto de ficar me olhando no espelho, me acho gostosa [risos]. E quando você se valoriza é contagioso, recebo muitos elogios.”

Sobre as comparações com outros artistas do Pará: “Eu megarrespeito artistas como a Fafá, que é maravilhosa. Acho a banda Calypso incrível. Não tenho esse pensamento de que vou tomar o lugar delas. Vou conquistar o meu espaço, e quero interagir com todo mundo, agregar”.

Sobre mudar do bairro que cresceu e mora hoje: “Vou ficar no Jurunas, no meu bairro. Moro numa casa boa. E quero fazer um trabalho social lá. Sou a voz da periferia. Tenho a missão de divulgar não só o cenário do tecnobrega, mas a música paraense para o mundo”.