Atriz ainda relembrou quando sofreu preconceito durante infância e na carreira Publicado em 20/04/2021, às 10h51
A atriz Danni Suzuki comentou sobre preconceito contra asiáticos durante a pandemia da Covid-19 e lamentou a associação de pessoas asiáticas ao coronavírus, além de contar que tem passado mais tempo com o filho durante o isolamento social.
Em conversa com a revista Ela, Danni fala sobre seu relacionamento com o filho na pandemia: "Passamos muito mais tempo juntos. Já éramos grudados, mas pude acompanhar a fase escolar com detalhes e ver outras curiosidades que ele tinha. Pude conhecê-lo ainda melhor. Sempre fomos muito parceiros, companheiros, e isso se intensificou. Assim como eu ajudava nos deveres, ele me ajudava na casa, e entendeu melhor o trabalho que dá limpar, organizar."
"Ele me assistia também trabalhar. Então, acompanhava mais minha vida também". A atriz também comentou sobre experiência de ser mãe solo: "A minha experiência é bem diferente da de muitas mães solo que exercem realmente sozinhas a maternidade. Por mais que eu não seja mais casada com o Fabinho Noaves, nós dois sempre conversamos e trocamos sobre a educação do Kauai. Para nós, ele é a prioridade. Então, por mais que não sejamos um casal, somos parceiros no maior projeto de temos nessa vida, que é criá-lo."
Ela prossegue: "Sempre foi importante que ele tivesse a referência de um pai e uma mãe que, apesar de suas diferenças, são amigos. No dia a dia, não tenho a presença do pai, mas conto com uma rede de apoio que é muito importante". Ao ser questionada sobre a preocupação em educar o filho, ela afirma: "Em me preocupo em educá-lo para respeitar todas as pessoas, todos os seres vivos. É preciso ter empatia pela vida dos outros, respeito pelas decisões dos outros, por mais que as pessoas sejam diferentes de nós. Não quero que se relacione apenas com quem pensa como ele. Quero que seja capaz de ver justamente a beleza que é a pluralidade."
"Converso com ele sempre, explicando como é importante respeitar o próximo, que ninguém é melhor que ninguém e que ele tem total liberdade para ser quem quiser, assim como as outras pessoas. Sinto o Kauai um menino muito amoroso e que entende isso desde muito cedo". Danni ainda falou sobre o movimento Stop Asian Hate: "Acompanho com profunda tristeza essa associação de pessoas asiáticas ao vírus da Covid-19. Por causa disso, as agressões contra pessoas asiáticas - que sempre existiram, mas de forma mais velada - estão crescendo muito. Isso é um absurdo e, por isso, fiz questão de também falar publicamente sobre o movimento #StopAsianHate nas minhas redes."
"Esse nível de ódio e de culpabilização dos asiáticos pelo que está acontecendo no mundo é um absurdo sem tamanho. É importante sim falar sobre isso, instigar as pessoas que estão ao meu redor a pensarem sobre isso e a falarem sobre também. Eu posso não fazer uma grande revolução no mundo, mas posso mudar o meu entorno, posso conversar com as pessoas que me acompanham, que são próximas a mim. Isso faz diferença", pondera. Danni revelou que sentia o preconceito na escola:
"Outras crianças falavam sobre o formato dos meus olhos, rosto e a cor da minha pele. Mas, acho que por causa da minha personalidade, nunca entendi o bullying como um problema meu, mas sim de quem o praticava, que não sabia respeitar as diferenças. Na minha carreira como atriz, também já ouvi que não teria muito futuro porque não tinha muitos atores asiáticos. Então, sempre falavam para mim que aquele papel do momento provavelmente seria o último."
"Isso não me desencorajou a continuar buscando as oportunidades, mas fez com que eu sempre considerasse ter uma outra carreira. Foi por isso, por exemplo, que eu fiz a faculdade de Desenho Industrial e fui com ela até o fim. Acabou que outros trabalhos foram chegando, e consegui consolidar a minha carreira. Mas espero que cada vez mais pessoas possam despertar e ver a diversidade de forma positiva, porque ela é definitivamente nossa grande riqueza", completou.